terça-feira, 14 de junho de 2011

PRESSÃO DE GRUPO E A MODA

Devido ao tipo de escolarização precoce na época contemporânea, a criança fica exposta prematuramente às pressões das “tchurmas” de sua convivência, família, escola, vizinhança, rua.
Em virtude do poder da mídia as crianças de hoje assimilam muito rapidamente os valores dos adultos e seus problemas de caráter e de comportamento; com isso, aumenta em progressão geométrica o numero de crianças sarcásticas, agressivas, cínicas; e que são capazes de ferir nos sentimentos e nas emoções.
E por não terem ainda desenvolvido plenamente o verniz social, agridem aqueles mais fracos; os desgarrados; ou os que não se enquadram nos seus valores de crianças bem ou mal sucedidas que: se vestem na ultima tendência da moda; cortam os cabelos de determinada forma; usam o linguajar da “tribo”; freqüentam os lugares da moda. Ai, de quem não puder ou não quiser fazer isso; corre o risco de sofrer bulying; desenvolver o sentimento de menos valia; aprofundar a timidez mórbida, ou facilitar o desabrochar de doenças mentais de sua predisposição. Em situação pior se encontram os já diferentes á moda antiga; excluídos pela: gordura, altura, cor da pele, tipo de cabelo, doenças físicas, timbre de voz, etc.

Nem só as crianças sofrem pressão dos grupos de convivência; os adultos também: no trabalho; sociedade; lazer; vida em família. Diferenciar-se dos normais é o sonho de consumo de toda pessoa cansada de ser apenas mais um na boiada ou no rebanho.
A maioria se assemelha a uma boiada sendo levada a um precipício – escapar desse desastre em andamento não é tão simples – é preciso sair para as beiradas e andar na contramão do fluxo. Claro que há um preço a pagar; ser chamado de: nerd; ET; pessoa esquisita – no passado era muito pior: os diferentes da maioria iam para a fogueira; masmorra e outras formas menos light de exclusão.

No geral, nós somos seres estranhos; queremos ser diferentes da maioria; mas queremos ser acolhidos por ela. Queremos nos excluir; mas não suportamos ser excluídos.

Andar na moda é uma pressão de grupo cruel; mas muito engraçada. Exemplo: quando começou a moda de se rabiscar; muita gente aderiu; mas depois todo mundo ficou rabiscado ou com algum badulaque espetado em algum lugar. Alguns mais espertos começaram a se rabiscar com material lavável – o sujeito se inclui e exclui quando quiser: simples e funcional. Os rabiscos passaram a virar marketing pessoal para vender ou doar um produto ou uma habilidade – Quer ver onde tatuei uma borboleta? – Adivinha onde coloquei um brinco?

Fantasiar-se de pobretão andou na última moda: roupas rasgadas; com jeitão de sujas e descuidadas. Vale tudo para ser descolado – mas com a saída de colar de novo nas últimas tendências.

A cultura dominante sempre vai ser cutucada pela contracultura; caso contrário: nada de progresso e inovação.
Ás vezes alguns tiros saem pela culatra; como esse da nova e legalizada forma de escrever como se fala sem a mínima preocupação com a saúde da língua – breve escrever de forma inteligente e com elegância volta a ser moda; e apenas a preguiça foi descriminalizada. Aquelas redações que viraram piada nos meios acadêmicos; claro que não serão consideradas obras de arte nem expressão de inteligência; mas serão aceitas para formar uma elite mundial de escritores, comunicadores e outros profissionais.
Breve teremos nosso abecedário tradicional e o criptografado com símbolos para expressar grunhidos e intenções de comunicação.
Preservar a beleza e a pureza do linguajar sempre foi uma forma de exclusão social – essa nova tendência dos dirigentes é digna de nota.

Quem inclui?
Quem exclui?
Quem dita moda e tendências?

Esse teorema sempre existiu desde antes de antes das cavernas. Desde o princípio sempre houve criaturas que pensam mais e outras menos dadas a pensar – lógico que aqueles que exercitam mais o pensar e o desenvolvem dominem os pouco afeitos; mesmo que em certos momentos pareça o contrário.

Quando a maioria descobrir que pensar não dói; vai ser o caos no mundo da moda.

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