terça-feira, 27 de setembro de 2011

EU SABOTADOR DE MIM?




Somos seres sociais. Vivemos num mundo de influências recíprocas. Nunca estamos sós. Em momento algum. Mil olhos nos vigiam. Mil ouvidos capturam nossa fala. Estamos conectados, irremediavelmente; mesmo que não percebamos ou que não acreditemos.
Ao pensarmos em alguém nosso pensamento já o está influenciando.
E quando pensamos em nós mesmos?
Influenciamos quem?

Vivemos mais preocupados com o mal que os outros possam nos fazer do que com o bem que nos fazem.
Fomos treinados pela cultura a lutar contra o que está fora de nós e tentamos mudar o mundo e as pessoas para nosso conforto; ignorando que o grande adversário mora dentro de nós.

Nosso grande inimigo é o medo que gera todo tipo de conflitos.

Medo dos outros:
Mesmo dizendo o contrário, cada um do seu jeito, temos medo de sermos criticados e de como somos vistos. E, pelo injustificável receio das opiniões alheias deixamos de ser felizes para estarmos sob tormentos voluntários como moda, padrões e sistemas de crenças onde o sofrer traz benefícios e vantagens para a vítima.
Para camuflar as dúvidas nos tornamos críticos mordazes dos outros num processo de transferência de valores íntimos.

O mais grave é que fazemos isso com nós mesmos.

Somos nossos mais temíveis inimigos e algozes.
Para evitar a sabotagem aos nossos sonhos e desejos é preciso desenvolver auto – consciência de que somos merecedores do melhor que a vida oferece.
Adquirir consciência é despertar para resolver as próprias dúvidas compreendendo as responsabilidades íntimas e coletivas.
Ao adquirirmos consciência de nós mesmos descobrimos que somos complicados. Que temos problemas a resolver que não acabam mais.
É preciso, identificá-los um a um, e isolá-los, para que possamos determinar qual a melhor maneira de cuidarmos deles.
O que rotulamos de problemas, são como feridas.
Feridos em alguma parte do corpo, podemos ter com relação ao ferimento dois tipos de atitudes: deixar que o tempo se encarregue da cura ou proceder a um curativo imediato para a reparação dos tecidos lesados.

A necessidade de cada um cuidar dos próprios problemas é indiscutível, e não pode ser adiada, deve fazer parte das propostas diárias de todo aquele que já despertou para a consciência de si, não se permitindo cultivar conflitos mal resolvidos ou feridas da alma.
O auto - descobrimento deve ter como finalidade o bem-estar.

Mas, para começar há pré-requisitos:

Insatisfação pelo que se é, se possui ou como nos encontramos; desejo sincero de mudança. Persistência; disposição para aceitar-se e vencer; capacidade para desenvolver mais maturidade emocional.
Devemos estar insatisfeitos sempre: A insatisfação é a mola mestra da evolução do ser humano. Só progredimos quando estamos insatisfeitos.
Há dois tipos ou duas polaridades de insatisfação: a positiva e a negativa.
Na primeira tudo que já foi conquistado é valorizado; na segunda não se valoriza o que se tem, até que se perca; e vive-se descontente.
Para buscarmos continuamente o bem-estar é preciso positivar a insatisfação.

A polaridade oposta da insatisfação é : Acomodação.
A falta de maturidade condizente com nosso momento, nos faz buscar a segurança estática, afetiva, emocional, profissional, financeira.
Daí; sempre que conseguimos uma certa tranqüilidade tendemos a parar por aí, evitando riscos – e ao evitar riscos nos sabotamos.
Caímos no mesmismo, fazendo as coisas de forma rotineira e previsível.
Passamos a violar nossos próprios códigos de conduta, aceitamos situações exteriores desgastantes; e logo, estamos insatisfeitos, negativamente.

O caminho para atingir o equilíbrio entre a insatisfação e a acomodação é: Questionamento.

Devemos questionar sempre nossas posições. Mesmo quando tudo pareça bem; principalmente quando tivermos certeza absoluta.
Levar o pensamento sobre auto- avaliações positivas para o campo da dúvida é saudável e positivo.
Quando nos questionamos sobre nossas supostas qualidades: “Será que...?” criamos incerteza saudável e abrimos as portas para mudanças.

Para que abramos as portas a novos desafios é preciso: Aceitação de nós mesmos.

Nada a ver com acomodação. Aceitar as coisas como são no momento facilita a vida, pois cria uma predisposição para buscar soluções de forma mais racional.
Aceitar não quer dizer ficar estático.
É dar o primeiro passo para reagir e procurar soluções e saídas para o que nos perturba.
A atitude de não aceitar é uma forma de criar sofrimento.
E sofrer, é uma escolha como outra qualquer, às vezes, até, é apenas um tipo de interpretação.

Quem começa a se conhecer já sabe: Não devemos buscar culpados externos.

Somos as matrizes das nossas dificuldades.
As situações, os acontecimentos e as outras pessoas são apenas ferramentas naturais que atraímos para o nosso aperfeiçoamento - como também o somos para os outros.

Quando a consciência começa a se ampliar, perdemos o medo; nos enchemos de coragem e surge o desejo sincero de Mudança.

Esse ponto torna-se um marco; é como um renascer do indivíduo.
Permite uma tranqüila avaliação de quem nós somos, e de como estamos buscando os meios que nos tornem melhores no momento.

Querer verdadeiramente mudar permite que separemos dentre os nossos valores aquilo que importa daquilo que é secundário; ou não nos pertence. É como se a partir desse momento do pensar com lucidez, nos recriássemos de forma clara.

O segredo está no pensamento.
Mas antes de começar a tentar pensar de forma mais criativa e amorosa; recorde que: Há duas formas básicas de pensar.
Há os pensamentos conscientes, investigadores, que se formam quando observamos, analisamos, comparamos.
E os já padronizados, fixados no inconsciente, e, nos quais depositamos nossa fé; esse, é o nosso sistema de crenças.

É preciso agregar as conclusões dos pensamentos especulativos que hoje percebemos como verdadeiros e interessantes, confrontando-os com os já padronizados para reciclá-los, atualizá-los.

Dessa forma, a coragem de reivindicar nosso direito de ser feliz; substituirá o medo de não merecer o privilégio da felicidade; e trará consigo a paz nascida do esforço e da conquista; que reinará dentro de nós e em torno de nós; para sempre.

Namastê

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