quarta-feira, 6 de abril de 2011

A QUALIDADE DO AMOR CONTEMPORÂNEO

Nunca se conjugou tanto o verbo amar quanto na atualidade; com pouca ou nenhuma compreensão do que represente.
Sem medo de errar podemos dizer que há poucas pessoas no mundo que amam realmente algo ou alguém. Primeiramente, porque não amam ainda nem a si próprias; até porque quem ama respeita, cuida. Depois, porque a maior parte cresce e é educada num sistema de vida onde confunde-se, até propositadamente, significado de amar.

Breve histórico do conceito amor na vida humana

Amor necessidade biológica:
O que entendemos e sentimos como amor ainda está muito ligado ao instinto de sobrevivência e de perpetuação da espécie. Têm sua origem do conceito de amor ligado ao sexo oposto. Muitos ainda usam o termo: fazer amor, para designar uma relação sexual. Para a espécie humana, o amor necessidade biológica continua sendo uma questão de continuar existindo.
Amor sobrevivência:
O amor de mãe tão cantado em verso e prosa como o protótipo do verdadeiro amor humano ainda é uma projeção do instinto de sobrevivência. Porque a espécie tem o estado de infância mais desprotegido e prolongado, os cuidados maternos são necessariamente mais intensos e demorados do que os das outras espécies; porém, o amor materno contemporâneo ainda é uma expressão de amor com forte componente biológico.
Amor posse:
À medida que o tempo passa e as experiências se sucedem desenvolvemos o conteúdo de maturidade emocional e afetiva. Devido ao natural predomínio do ser pouco evoluído e ainda muito centrado apenas em si mesmo. O ego tomou para si o conceito de amor e o tornou possessivo. Egoístas e orgulhosos somos ciumentos, lógico, pois, nos imaginamos donos do objeto do amor até na forma de nos expressarmos: amo meu pai, minha mãe, meus filhos, minha mulher, meu marido, etc. Descuidados permitimos que outras pessoas tomem posse de nós; ao imaginarmos que alguém vai nos tornar felizes, nós damos poder para que nos façam infelizes, sofredores.
Amor romance:
A partir da revolução industrial o conceito amor recebeu um conteúdo muito forte de romance; que foi acrescido ao de propriedade: amo porque é meu, se amo então me pertence. Na era moderna a velocidade com que as informações se processam e são veiculadas mais a exploração da mídia, tornaram o amor romance um dos produtos que mais ajudam a vender qualquer coisa.

O conceito amor foi banalizado.

Desconhecemos a simplicidade do amor, o tornamos complicado e sofisticado devido à pouca maturidade psicológica; ao fato de sentirmos e agirmos sem pensar; e de não termos desenvolvido a soberania emocional necessária capaz de torná-lo simples e puro como foi na infância.
Aceitamos sem questionar e copiamos o que nos dizem e desejam, a respeito de quase tudo; por isso, o conceito amor foi tão descaracterizado pela educação e cultura..

Tornou-se uma forma de expressão e de tratamento das mais corriqueiras:
Pois não amor? Já pediu meu amor? É usada no diminutivo, no aumentativo, no superlativo, depende dos interesses de cada um no momento: amorzinho, amoreco, amorzão, etc.

No jogo das relações sociais o termo é usado da forma mais hipócrita possível; por pessoas que se odeiam, se invejam. E se a pessoa não banaliza o conceito amor é assaltada com cobranças do tipo: Você nunca diz que me ama! Portanto, você não me ama!

É usado também para designar algo do qual pode-se gostar:
Esse cão é um amorzinho! Fulano, é um amor de pessoa!

Tornou-se quase sinônimo de relação sexual:
Aqueles dois estão fazendo amor! Assumiu também derivativos como a expressão: “amor livre” para designar relações sexuais sem responsabilidade ou até promíscuas.

Será que até o amor é produto de aprendizado e evolução?

A EVOLUÇÃO DO AMOR.

O amor é tão antigo e tão eterno quanto tudo.
Disso, não duvidamos.
Será que é capaz de mudar com o passar dos tempos?
Será que evolui e progride?
Podemos dizer que o amor não! Apenas a forma de compreendê-lo e de exteriorizá-lo.
Somos os únicos do planeta capazes evoluir ativamente segundo a nossa vontade, de gerenciar o próprio destino, de nos educarmos, de amar e de manter o estado de amor.

A capacidade de amar também é desenvolvida, aprendida.
O conceito ou o estado de amor, é relativo.
Cada pessoa o percebe e aplica segundo sua maturidade e evolução pessoal. Portanto, é verdade que os brutos também amam; segundo a sua ainda pobre capacidade de expressar o amor.

Nunca parou para questionar seu conceito de amor?
Interessa-se pelo assunto ou prefere continuar obsediando?

O conceito amor, como outros vitais e básicos que andamos discutindo, também necessita ser reavaliado com urgência.
Já adoeceu por amor?
Já fez alguém adoecer sob a ação do seu amor?
Não? – Pense bem.
De um a dez; qual a qualidade do seu amor?

Namastê.

Livros Publicados

Livros Publicados
Não ensine a criança a adoecer

Pequenos descuidos, grandes problemas

Pequenos descuidos, grandes problemas

Quem ama cuida

Quem ama cuida

Chegando à casa espírita

Chegando à casa espírita

Saúde ou doença, a escolha é sua

Saúde ou doença, a escolha é sua

A reforma íntima começa no berço

A reforma íntima começa no berço

Educar para um mundo novo

Educar para um mundo novo