sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PROBLEMAS DE AMAR E CONVIVER




Será que está cada vez mais difícil amar e conviver?
Ando impressionado com o número de casos de doenças entre os componentes das famílias que atendo; cuja origem, dentre outras coisas, é a convivência, especialmente as doenças originadas pelos distúrbios afetivos que costumamos chamar de amor.
Conforme alinhavei nos livros: “Saúde ou doença: a escolha é sua” (Ed. Petit) e “Jogos de Amor” (Ed. Butterfly), a desarmonia no viver junto pode ajudar a adoecer; muito mais do que as pessoas imaginam.
Não é tão difícil entender; pois, estar tão próximo todos os dias; mais o forte envolvimento afetivo - emocional tornam as relações familiares complicadas; e um importante foco de doenças.
À primeira vista esse fato parece injusto: adoecer tendo como causa o outro; cria conceitos de vítima e algoz; deve ficar claro que não adoecemos por causa do outro; mas devido a nós mesmos; pois é preciso uma característica pessoal para atrair e imantar a energia nociva até o órgão - alvo.

Exemplo de interação doentia: um sujeito intolerante e avarento necessita e terá uma esposa impulsiva e perdulária; e desse atrito cotidiano surgirão doenças nos dois.
Não é o marido que transformará a esposa em uma pessoa impulsiva e perdulária – apenas: caso ela tenha essas tendências, por um mecanismo de indução, elas ficarão bem notórias – e vice versa.

As relações sempre serão gatilhos prontos para disparar nossas doenças e problemas?

Não; nós não estamos condenados a isso; basta que percebamos e façamos a reciclagem interior (recomendo meu último livro e lançamento: “EU SOU – uma proposta de transformação interior” – Ed. EBM) para reverter a doença criada pela situação em andamento; primeiro em que percebeu o mecanismo; o que trará também reflexos positivos na saúde do outro; sem milagres; pois a lei da relatividade faz com que o tempo de cura seja proporcional ao esforço de mudança. Somos apenas participantes nas doenças dos outros; não, a causa única.

Outro exemplo de somatização:
Marido impaciente, intolerante e esposa suscetível, carente.
A tendência de adoecer primeiro; é dela, que e a princípio parece vítima e, passa a agir como tal; fixada essa idéia, tenta de forma obsessiva mudar o “carrasco” – reformá-lo para estar no controle; sem resultados; o que a leva a sentir: insônia, apetite compulsivo ou anorexia, respiração curta, choro sem motivo, etc. Na seqüência, o processo se complica; ela reforça a mágoa e o ressentimento, seguido de pequenas vinganças cotidianas até na vida sexual ao inventar desculpas (assunto da maior importância que iremos abordar a seguir num dos bloogs). Nessa fase predominam as doenças de expurgo: corizas, dermatites, corrimentos vaginais, etc. Persistindo o conflito íntimo e com o marido, surgem doenças mais profundas: fibromas, cistos, displasias, câncer, etc.
Embora ela se ache vítima da impaciência e intolerância do marido, seus verdadeiros algozes são: a susceptibilidade e carência. Se ela tivesse consciência disso, saberia que a atitude mais adequada seria permitir que os “defeitos” do marido fossem corrigidos nas relações de trabalho, no trânsito, na torcida do futebol; não precisamos servir de “ferramenta” para mudar o padrão vibratório dele.
Quem busca conhecer-se e modificar-se; deixa de servir de escândalo para os defeitos de caráter dos outros.
Outro problema, é que ao nos sentirmos vítimas; nós deixamos de apreciar as qualidades de quem conosco convive.

A realidade, vista com o olhar da reflexão; parece papo de hospício:

O que pode transformar a oficina de amor, que é a vida conjugal e familiar seja na embalagem de casamento, test drive, ou ficação; em foco de martírio, doença e morte?

Talvez seja preciso entender melhor o que seja amor:

Paixão, sentimento de posse e apego são emoções que necessitam de crises evolutivas: brigas, mágoas, ressentimentos, ódios, traições, começos e recomeços..., para que o sentimento do amor brote na mente e nos corações humanos para sempre; transformar uma coisa em outra depende de raciocínio, reflexão e atitude; amar é agir segundo a Lei; apenas palavras e desejos de nada servem senão para provocar a dor que encaminha ao bem querer; um dia.

Nesse contexto, a vida conjugal de qualquer tipo, é um importante agente de crises para adquirir maturidade psicológica; as relações afetivas entre pessoas comuns; estão periodicamente em atrito - pois um não interage conforme os desejos e anseios do outro. É inevitável que isso atinja a vida sexual, o que acentua o atrito entre expectativas e desejos, e logo, alguém vai sentir-se frustrado, mal amado e vai adoecer e também fazer adoecer – ou trair – será que o conceito de trair precisa ser revisto (assunto interessante para outros bate papo)...

A verdade é que os problemas de boa parte das famílias só mudem de endereço; pois é comum que a união decorra de compromissos de reparação; ainda.
No princípio do relacionamento há a tendência em ocultar características de caráter não aceitas pela cultura local favorecida pela convivência ocasional; mas, uma vez juntos, o dia a dia acentua os defeitos de caráter de cada um e, aos poucos, sonho e paixão vira frustração, mágoa e ressentimento; daí em diante começa as crises conjugais que mal resolvidas produzem doenças variadas; mais rapidamente na mulher que vive mais imantada nas emoções; o homem vive mais no campo racional e, com isso, cria barreiras de contenção mais fortes; daí, quando adoece é de forma mais mortal.
As crises podem ser unilaterais ou bilaterais. Explícitas ou implícitas. Verbalizadas ou não. Crises unilaterais mal resolvidas sempre terminam em crises bilaterais.
Desculpas e justificativas representam a ação da atual forma de tratar as doenças.

O que fazer?
Separar, debandar é solução?
Conviver numa relação sem ética e sem respeito a si e ao outro é um tipo de suicídio?
Será que a aceleração do tempo e dos fatos vai trazer a verdade de cada um á tona?
Quanto tempo nós suportaremos o amor da boca prá fora?

O verdadeiro amor; melhor: a tentativa de aprender a amar, cura, rejuvenesce desde que não seja do tipo analgésico embalado na forma de belezuras...

Namastê.

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