quarta-feira, 4 de agosto de 2010

QUEM É MEU PAI? QUEM É MINHA MÃE

Neste comentário não tratamos da indagação de uma das milhões de crianças de terceiro mundo; abandonadas, órfãs das guerras, genocídios e da miséria – nem tampouco sobre ética cósmica: todos irmãos filhos de um mesmo Pai. Analisaremos alguns aspectos da ação da globalização, mídia de ação rápida, padronização e massificação, na estrutura da nossa vida familiar de modo geral; apenas, cá entre nós.

Nesta vida a mil, até o pedigree foi transferido com rapidez para a liquidez bancária.
Antigamente nascer numa determinada família ou pertencer a determinada classe social podia ser sinônimo de: orgulho, segurança, acesso a determinados prazeres, à educação, ao conhecimento e até ser dono da vida e da morte de outras pessoas. Migrar de uma classe social a outra só com milagre, e a possibilidade de perder essa condição era mais remota e lenta; já hoje, o sujeito deita rico, poderoso e pode acordar pobre, preso ou morto; já deitar pobre e acordar rico é bem raro; mais em sonho.

A massificação social afetou a antiga estrutura da família e estreitou os laços da interatividade.
Até certo ponto, a globalização está acordando aquela pulga colocada atrás da nossa orelha há dois mil anos: “...Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?...” Hoje um sujeito voltado apenas para seus interesses e dos seus familiares está sendo obrigado, a contragosto, a perceber que o bem estar, a segurança, a saúde, e até a sua vida e a dos seus; depende do bem estar, da segurança e da saúde das outras famílias.

A mídia de ação rápida cria tantos desejos e expectativas na cabeça das pessoas, não acompanhadas de um processo justo de distribuição de renda; que a integridade e a vida de muitos, vale o que e o quanto eles carregam consigo; nessas condições muitas pessoas já estão descobrindo um novo conceito de família; daí, já se preocupam e atuam também a favor da família do próximo. Claro que no meio de tantos desejos não satisfeitos e de muita bala perdida; esse trabalho ainda é incipiente; mas é uma questão de tempo para que se torne mais amplo e estendido a toda a sociedade. As pessoas estão descobrindo que nenhum tipo de muro ou de blindagem as deixa a salvo da lei de amor; começam a perceber que a violência implícita atrai a violência explícita; que ostentar riqueza entre miseráveis que lutam para sobreviver é uma violência do mesmo porte da agressão física, senão pior. Que nenhum tipo de criminoso está a salvo da lei natural; não importa a cor do colarinho, ladrão é ladrão; seja descamisado ou engravatado; assassino é assassino seja de tirar a vida do outro, seja de tirar oportunidades de sobrevivência e de progresso, e que nenhum escapará, primeiro de sentir na própria pele, depois mais tarde ao resgate, à reparação. Tudo o que está acontecendo hoje, está nos planos da Natureza, é o momento de centrifugar para depois separar.
Muitos já adotaram e patrocinam o bem estar dos outros, seus irmãos. Outros ainda jazem na revolta e, no não fazer nada para mudar; sentem-se vítimas de tudo e de todos... Para esses vale um lembrete: “nosso tribunal íntimo, não cobra apenas o bem ou o mal que fizermos a nós e aos outros; mas também e principalmente, todo o bem que deixarmos de fazer...”
Quantas pais e mães, passam noites insones enquanto seus filhos e filhas que foram para a noite se divertir não retornam em segurança ao a lar. Preocupam-se com a integridade e com a segurança dos seus em virtude da insegurança e da violência social dos dias de hoje; até adoecem – mas, pouco ou quase nada fazem para ampliar seus afetos, estender o grande amor que tem para uma família um pouco maior: a família social (não é preciso ir longe; até mesmo dentro do lar, a qualquer momento, a vida de nossos filhos pode estar sob a mira de criaturas bem próximas de nós no dia a dia – é urgente questionar o que fazemos por elas; além de lhes dar algumas sobras...).

Na vida nada se perde; para que tudo se transforme.

A insegurança amplia o conceito de família social:
Antes: cães bravos, muros altos e armas eram suficientes para afastar os intrusos de nossa paz familiar, do lar doce lar. Prisioneiros do próprio egoísmo, e da própria incapacidade de dar e receber amor aumentamos o arsenal de defesa com: vidros blindados, exércitos de segurança, alarmes, cofres e senhas secretas, tudo em vão. O estilo de viver atual: mídia de ação rápida; massificação; globalização; tudo isso, feito um rolo compressor, veio mexer nessa ferida, acionar um alarme interno para os que tem olhos de ver e ouvidos de ouvir: é preciso ampliar nosso conceito de família.
Onde não há fome, ninguém rouba e mata por um prato de comida; onde não há excessos, não há violência nem mortes pela cobiça nem pela inveja.

É urgente redefinir e ampliar nosso conceito de família. Essa atitude pode evitar muito sofrimento ligados à interação pessoal. Sofrer que pode chegar quando menos esperamos e de várias formas. Perceber a interdependência além de atitude de inteligência básica e primária; é vital para adquirir status de ser humano nos dias de hoje. Dias de definição... É mais do que válida a preocupação em reestruturar nossa família; para melhorar a qualidade de vida de todos dentro dela - mas, só isso, não serve mais. Hoje, além disso, dessa preocupação; procuremos também fazer algo pelas outras famílias que estejam interagindo com a nossa de algum modo.

O momento é grave; pois se a maioria das famílias aparentemente bem constituídas está com sérios problemas; imaginemos as que nem são constituídas; quanto mais organizadas.
Como se diz no popular: ou vai pelo amor ou pela dor; mas, que vai; vai..
Aprender a amar para que tenhamos sanidade, pessoal, familiar e social é o único caminho; pois, a interdependência gerada pelo sistema, estreita cada vez mais, os laços da família humana. Cada um de nós tem sua parcela de responsabilidade – porém, alguns grupos estão devendo ações mais fortes e rápidas para compensar o estrago que fazem na paz e na sanidade de todos.

Cá entre nós:
Bom momento para refletir na questão: Quem é minha mãe; quem são meus irmãos? – E, pelo amor de Deus – não se assuste se alguém te chamar de mano e pedir prá levantar as mãos – é só um cumprimento, carinhoso; ele só quer de dar um abraço bem apertado – um xi-coração como dizem lá na terrinha.

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