terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A ERA DO GELO INTERIOR

A ULTIMA ERA DO GELO?

Na qualidade de holograma do planeta e do universo; já vivemos muitas épocas de intenso progresso, felicidade e paz, entremeadas de outras caóticas e até devastadoras. Mesmo nesta Era de Transição Planetária já vivemos algumas fases de Era do Gelo Íntima. Ás vezes, somos “expulsos” de nossos nichos sociais, afetivos e de trabalho pela frieza de coração de nossos antes iguais. Muitos são os fatores que interferem em nosso clima de convivência quase sempre sujeito a raios e trovoadas: tempestades verbais; redemoinhos de agressões; tornados de maledicência; tufões de calúnia. Mas, nada supera a frieza do desprezo de ser congelado através de uma simples pergunta:
Não se enxerga não?
Isso, é muito mais do que uma pergunta ou uma frase. Um verdadeiro e radical ato cirúrgico de convivência humana; e lá ficamos nós estatelados feito um mamute congelado em segundos; e se um dia nos descongelamos; vamos nos sentir o último sobrevivente da espécie.
Sim é possível tentar excluir as outras pessoas de muitas formas sutis ou bem trogloditas. As formas são muitas, depende do estilo de cada pessoa: Um olhar de cima para baixo. Uma torcida de nariz. Um súbito virar as costas e sair rebolando ou pisando duro. Uma mudez repentina quando alguém chega. Um dá licença que estou com pressa. Espera aí, esqueci uma coisa e já volto. Um olhar ausente. Uma cara de enfado (a repetição da unidade foi proposital; pois basta uma, apenas uma, gelada dessas para congelar algumas almas mais sensíveis; quase que para sempre.

Você não se enxerga não?
Essa atitude é responsável por muitas sensações de aperto no peito seguida de um friozinho na barriga causada pela sensação de ser, de estar inferior; ou fora de lugar. Breve dá lugar a uma perda da estima própria que pode ser seguida de inflamações variadas; tumores; disfunções na tireóide; gastrite; depressão, etc. – Na repetição, ajuda a proliferar as ervas daninhas da nossa horta interior: mágoa; raiva contida; ódio; que crescem de forma rápida e desordenada e logo invadem o terreno mental/emocional do agente causador através do mecanismo da sintonia que gera obsessão criando desertos afetivos. Nos distúrbios do clima das relações, a pior escolha é congelar alguém; colocar no freezer da vida familiar, social e nas relações de trabalho – pois, um dia, é inevitável, o sujeito vai descongelar e pode ter armazenado pragas bem virulentas, como lágrimas que cairão sobre seus algozes feito chuva ácida. – Se pouco amorosos, descuidados e pobres em responsabilidade afetiva, criamos desastres nas relações de nosso nicho ecológico; melhor que seja daquelas que passam rápido. Tipo tempestades verbais de verão; pois quando somos agredidos e explodimos o vulcão da ira o revide é instantâneo; depois é só catar o lixo acumulado e tentar amenizar o prejuízo.
A sensação de tentar ser excluído como uma coisa, é sempre dolorosa; mesmo para aqueles chatos descuidados que se tornam inconvenientes em qualquer lugar onde se encontrem. Quantas vezes já nos sentimos assim? Quantas outras já fizemos com que alguém se sentisse dessa forma?
Esse tipo de atitude pode ajudar a matar esperanças. A destruir a qualidade de uma vida. – E ninguém escapa da lei de retorno.

Somos seres engraçados. Nos achamos inteligentes; somos o tal do homo sapiens - sapiens. Pensamos até ser muito espertos tentando brincar de esconde/esconde das intenções de uns para com os outros. Como essa brincadeira pode ter começado? - Em algum lugar do passado alguém fez uma arte, aprontou alguma, e sem querer descobriu que podíamos tentar esconder uns dos outros quem somos e o que fazemos. Daí em diante, isso virou um vício e não conseguimos mais nos livrar dele. Já está impresso no DNA; ele passa de pai para filho e ninguém sabe desde quando. Pode ser até que de tão antigo e repetido esse padrão de atitudes tenha se enfiado num gene qualquer e ative um padrão de comportamento compulsório.
Essa atitude deve ser uma das maiores riquezas da cultura e da educação; pois as pessoas consideram isso tão importante que é primeira coisa que realmente os pais passam com extrema eficiência para os filhos: aprender a se mascarar.

Aprendemos a esconder tão bem dos outros quem somos que escondemos de nós mesmos. Tanto que a maioria das pessoas não tem a mínima consciência de si mesma. Depois somos obrigados a ouvir: - Você não se enxerga não? – Não tem “simancol”?
Ficamos tão obcecados em esconder dos outros quem somos para que sejamos aceitos, que perdemos o referencial de simples leis da vida, pois fazemos aos outros o que não gostamos que nos façam; e depois, mais adiante, ainda nos sentimos injuriados, vítimas de injustiça.

Na condição de vítimas de exclusão ou de congelamento social o processo de descongelar deve ser feito sob a supervisão do raciocínio crítico.
Quando somos colocados no freezer de algum lugar ou de algum grupo sofrendo uma cirurgia social, não importa de que tipo, mesmo que doa muito na alma devemos parar para pensar. Pois, momentos dessa qualidade de sensação são da maior importância para mudar o rumo de nossas vidas. Decisivos mesmo. Não podem ser desperdiçados; mas, exigem profunda reflexão para evitar a contaminação pelas bactérias do orgulho ferido; desejo de vingança. Acontecimentos dessa qualidade indicam claramente necessidade de mudanças em ambientes de relacionamentos. O segredo para aproveitar os ventos da renovação está em não julgar o outro. É preciso preparar o terreno íntimo para receber a chuva da esperança, que renovará o jardim de nossas interações - Não interessa a forma das outras pessoas se portarem com relação a nós; mas, a possibilidade de mudanças na nossa forma de pensar, de sentir e de agir, de modo a reciclar a maneira como as outras pessoas nos vêem. Para que possamos tirar o máximo proveito dessas situações criadas pela lei de destruição e renovação dos relacionamentos, é preciso primeiro que encaremos as pessoas que serviram de ferramenta para esse nosso escândalo íntimo como úteis para o nosso progresso pessoal. Bem treinados, seremos capazes até de agradecer em pensamento a quem nos mostrou que estávamos no momento errado, no lugar errado e com pessoas que não tem nada a ver conosco.
Não custa nada observar onde mais doeu o ato cirúrgico, a podada antes do congelamento. Quais as doenças da alma que acusaram a situação: o orgulho, a intolerância, o medo, o sentimento de inferioridade; não permita que congelem...
Também é um bom momento para recordarmos e avaliarmos as congeladas que costumamos dar nos outros.

A atitude mais perigosa é assumir a condição de picolé sabor vítima.
Muitos são os efeitos colaterais desse tipo de escolha:
Depressão.
Auto/congelamento. O próprio sujeito se anula; se isola e corre o risco de perder o prazo de validade.
Doença física gerada por problemas psicológicos; de dor de garganta a câncer.
Preconceito contra todos que sejam diferentes de nós.
Medo de nos relacionarmos com outros grupos e pessoas.
Insegurança contra o novo.
Cultivar sentimentos de mágoa, ódio, ressentimento e desejos de vingança contra os que nos puseram no freezer.
Auto/imagem deturpada.

Fique ligado na previsão do tempo nos relacionamentos.
Aprenda a desconfiar quando não é bem/vindo antes de ser congelado:
Você chega e a conversa pára.
Todos os olhares se voltam para você e ninguém fala nada.
O grupo começa a se desfazer para se reunir mais além ou depois.
As pessoas combinam coisas e nem te convidam.

Dicas capazes de ajudar no processo de descongelamento:
Seja o mais transparente que consiga.
Ser autêntico e transparente não significa ser uma pessoa cascuda, agressiva que diz tudo que lhe vem na cabeça. Se agir assim vai passar a existência toda limpando a lama das tempestades verbais e dos desabamentos afetivos.
Ouça muito e só fale o necessário, e apenas sobre o que domina e tem certeza.
Não minta.
Não tente mostrar aos outros o que não tem nem é.
Não fale sobre si mesmo, muito menos sobre seus planos não concretizados e suas qualidades. Se você as tiver os outros logo vão descobrir não precisa anunciá-las.
Nunca assuma o papel de leva e traz. Aprenda a ser um ouvido e um ombro amigo, sem permitir que os problemas dos outros o envolvam.
Dê tempo ao tempo.
Aprenda a usar o calor do afeto na medida certa.

Quando principiamos a nos descobrir e a melhorar a auto - estima encontramos com facilidade a nossa turma natural e sadia.
Ao buscar sermos aceitos pelas turmas ou grupos de pessoas como meta, atrapalhamos a nossa vida e embaraçamos a dos outros; correndo o risco de nos tornar restos que vão para a lixeira ou para o freezer.
Devemos ser aceitos e degustados como “alimentos frescos” capazes de tornar saudável a vida dos que conosco convivem; para isto, basta pensar, sentir e agir de forma natural.
Ao sermos discriminados e descartados de forma ostensiva e injusta procuremos não servir de ferramenta para punir as pessoas; basta que continuemos a ser nós mesmos verificando nossas próprias atitudes e comportamento. E a atitude de continuarmos na nossa; não é covardia nem fuga; é uma atitude inteligente e sábia; natural e orgânica.
Basta esperar, sempre, pois:
Há uma sábia lei da vida que pode parecer ás vezes que tarda quando nos colocamos indevidamente como apressados juizes; mas que não falha nunca.
“Quem procura acha...”.

Quando foi sua última Era do Gelo? – Lembre-se, o degelo começa pelo coração.

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