segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

INSATISFAÇÃO E CARIDADE

Você dá o dedo e logo querem tomar seu braço...

Algumas pessoas iniciantes na prática da caridade escandalizam-se com o “retorno” do bem que procuraram dar aos mais necessitados – alguns até usam a ingratidão do outro como desculpa para continuarem egoístas e orgulhosos.

Aqui entre nós, o atraso na prática da ética cósmica é considerável; especialmente porque não somos ensinados nos primeiros anos de vida a dar nem a receber.
Timidamente alguns grupos já ensinam ás crianças a atitude de ofertar ao outro um pouco do excesso; mas, raros ensinam a receber – quem não sabe receber com certeza não sabe ofertar.

Dar e receber qualquer coisa, de alimentos, bens materiais a amor, é uma atitude simples; mas, exige qualidades humanas que ainda faltam á maior parte de nós.
Conquistamos pouca maturidade psicológica, o que nos torna seres que apenas querem receber de forma até compulsiva; o que gera a insatisfação doentia base da ingratidão desculpa para deixar de doar.

Vejamos alguns:

Princípios a serem desenvolvidos para saber receber.

Nosso padrão de qualidade íntima vai ditar como podemos receber com melhor qualidade humana. Pois, um líquido precioso a ser distribuído para quem desejamos um dia amar não deve ser guardado num vaso sujo.

• Simplicidade ou pobreza em espírito. Aquele que não exige nada complicado se satisfaz com tudo o que possa receber, e se felicita com o que o outro tiver para lhe oferecer sem cobranças nem exigências descabidas. O simples se veste apenas com as qualidades que tem, e em virtude disso, raramente decepciona.
• Humildade. Aquele que busca sempre servir antes de ser servido, ajudar ao invés de ser ajudado, não espera estar situado em primeiro plano no coração das pessoas e quando preterido não se ofende, não se magoa, não odeia.
• A benevolência. O aprendizado da afabilidade e da doçura que compõe a benevolência também são manifestações do preparo para dar e para receber.
• A paciência. Devemos aprender a sermos pacientes com tudo e com todos os que a natureza põe em nosso caminho, para que eles tenham tempo de nos compreender e para que possam aprender a receber.
• A misericórdia. Esquecer e perdoar as ofensas constitui valioso recurso para que sejamos amados e, para que as pessoas não temam aproximar-se de nós. Dentre nossos possíveis inimigos estarão num futuro próximo pessoas que nos amarão com fervor.
• A dignidade. Não basta sermos considerados dignos. Não basta sermos considerados bons. É preciso que o sejamos de fato, ou até mais que isso. É preciso que extrapolemos nossas obrigações e transformemos a dignidade na mais pura caridade.
• A perseverança. Para que amemos e sejamos amados não existe tempo nem hora. Para quem já sabe o que quer e, se capacita para dar e receber, tudo acontece de forma natural.
• A indulgência. Quem deseja capacitar-se ao amor deve fazer da indulgência um dever, pois não há quem dela não precise para si mesmo. Todos necessitamos da indulgência uns dos outros, falhos e devedores que somos. Não julgueis com severidade senão as próprias ações.
• Renúncia. Não está capacitado a dar e receber amor aquele que ainda não aprendeu a renunciar aos interesses do próprio orgulho e egoísmo em favor daqueles que pretende amar e dos quais deseja receber amor.

Devemos analisar nas pequenas ocorrências do dia a dia em que estágio da capacidade de receber o que os outros têm a nos oferecer.

Quem encarou aquele repetitivo presente de Natal (para os que cultivam esse hábito) com bom humor e gratidão verdadeira.

Será que dar é mais fácil do que receber?

Namastê.

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