sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

VIOLÊNCIA FÍSICA JÁ ERA?




Somos especialistas em desperdiçar tempo e recursos em inutilidades para o momento presente.

A aprovação na Câmara dos Deputados do parecer sobre a lei 7672/10 é um exemplo disso.
É tão óbvio o ali colocado que não merece reparo algum na sua essência; não sou contra; apenas a favor; mas com um quê imenso de desalento; pelo fato de estarmos discutindo coisas nem da década passada; mas do milênio atrasado.

A pergunta que não quer calar:

Para que atravancar mais a nossa paquidérmica justiça?
Tão ou mais grave do que médicos que não ouvem nem estudam o caso dos seus pacientes – são os juízes que não lêem processos – não interessa nossas justificativas e desculpas.

Esse é o interesse escuso dos que se encontram no poder?
Criar castas?
Gerar empregos para pessoas colocadas como terapêuticas; mas que no fundo; como a maioria de nós; estão apenas preocupadas em usufruir de mordomias com foco na aposentadoria vitalícia e quase nada de engajamento na sua tarefa de vida?

Gostaria de estar errado; mas, conforme já coloquei em vários artigos nos bloogs: A VIOLÊNCIA FÍSICA VAI AUMENTAR de forma assustadora para os que estiverem nessa faixa de acontecimentos; claro que não para todos.

Esse é um assunto que vai dar muito pano para mangas; especialmente pelo fato do tipo de crianças que estão nascendo na atualidade...

Voltemos ao tema de hoje:

Nessa defasada discussão; o que mais me incomodou foi a polêmica, sem noção, de inclusão ou não do termo: sofrimento; para aliviar a consciência de uns e outros.

O QUE É SOFRIMENTO?

Quem de nós nunca sofreu ou praticou algum tipo de violência? – Nem sempre percebida por quem a pratica; mas, sempre vivenciada por quem a sofre...
Como a vida escreve certo por linhas; ás vezes tortas:
O conceito Bullying focado inicialmente no ambiente escolar trouxe á discussão a pratica da violência explícita e até mesmo a subliminar; aquela em que raras pessoas; prestavam atenção; pois, á medida que o assunto vai sendo debatido; novos focos e olhares sobre o problema surgem, cada um dando sua contribuição para que a paz reine entre nós.
A violência explícita e a subliminar se confundem ás vezes; tal e qual o estupro em algumas sociedades onde a vítima do bullie (o estuprador) ainda sofre discriminação, sendo penalizada duplamente pela sociedade que pratica o bullying sem perceber; pois, a prática de manter o poder através da agressão é milenar.
Na lei em questão: pessoas que não fazem parte diretamente do processo serão penalizadas: profissionais da saúde; professores; funcionários públicos de último escalão, etc.

Os anteriores, os atuais e os futuros mandatários estarão imunes?

Esse padrão de atitudes não está vinculado ao instinto de sobrevivência, defesa ou raiva. Pode envolver ciúmes e desprezo.
Suas bases estão assentadas no desejo e sentimento de poder; intolerância á diferença; e a pretensa liberdade de excluir, barrar, isolar e segregar os outros.

Não é uma fase normal da vida como muitos bullies adultos imaginam; não passa com o tempo nem com a idade; apenas ela fica camuflada pelas máscaras sociais fruto da educação ainda em vigor – um dia; em algum lugar; os verdadeiros responsáveis serão penalizados pela própria consciência – mas isso não nos interessa; o assunto é o que podemos fazer para apressar as coisas?

Algumas pessoas já nascem com tendências para praticar o bullying; assim como já trazemos um esboço de personalidade ao nascer e um conjunto de predisposições que podem ser corrigidas ou reforçadas pela vida em família, educação e cultura.
O que não vem sendo feito pela inutilidade das políticas de educação.

Essa é a temática que abordaremos nos próximos bate papo; caso haja interesse – o que duvidamos pelo perfil da maioria: bullying é um comportamento inato (embora haja saudáveis discordâncias) e que também é aprendido (isso é consenso) – Mas, como tudo na vida: comportamentos sejam inatos ou adquiridos, podem e devem ser mudados.
Esperamos com estas conversas colocadas num escrito enviado a uma das editoras que nos apóia; fruto de nossa vivência diária como médico de famílias e educador em saúde dar alguma contribuição á busca da tão sonhada PAZ.
Pois fãs da UNIPAZ – um dos caminhos que nos resta:
Sonhamos com um mundo melhor onde paz e harmonia predominem na intimidade de cada um e na vida social.
Mas:
Volta e meia nós nos deparamos na rua e nos noticiários com campanhas, caminhadas, e passeatas contra as guerras declaradas ou não; e em prol da paz.
Slogans não faltam:
- Diga não à violência!
- Abaixo a prática do bullying nas escolas!
- Guerra não!
- Eu sou da paz!
- Paz e amor!

Muitos já a buscam mesmo desconhecendo-a; outros, como as crianças da Geração Nova já a praticam automaticamente e sem esforço.
Inúmeras as lutas que se travam a seu favor. Nas ruas, na imprensa, escrita e falada. Paz da boca para fora dos bullies, que o são; sem que o saibam.
Tão estéreis quanto inúteis; enquanto não tivermos consciência do que seja agressividade e violência.
Não tem sentido lógico, pessoas ainda agressivas e praticantes do bullying nas menores ações do dia a dia; lutando pela paz. E o que é pior: cobrando dos outros, atitudes mais tolerantes e pacíficas.
É coisa de gente que não tem nem sabe o que fazer.

Em virtude da pobreza de educação em valores; que predominou até hoje; nós não desenvolvemos a sensibilidade de distinguir as posturas pacíficas das agressivas no conjunto das nossas atitudes diárias.
Não sabemos realmente o que é violência nem agressividade planejada ou não; exceto aquela que salta aos olhos, escabrosa e truculenta: guerras, assassinatos, agressões, estupros, tiros, facadas; tapinhas e chineladas – pois ela ficou diluída; e camuflada em condutas padrão ou normais ditadas pela cultura – a normalidade - é um tipo de bullying. Como pessoas quase analfabetas ou semi; cuidando da educação de uma nação.
E o que é pior, nós sentimos apenas a que nos atinge ou nos choca; mas, encaramos como normal e nosso direito de reagir aquela que nós aplicamos aos outros, dos pensamentos às atitudes de prepotência.
Exemplo de interação: A construção da usina de Belo Monte não deixa de ser uma forma de agressão aos que vivem ali e a outros que á distância; especialmente, se recursos do coletivo serão usados para vantagens para poucos e propinas para alguns...

Para acabar com a violência explícita; implícita e safadícia (encoberta nas desculpas, justificativas concursadas ou não):

Somente seremos capazes de combatê-la; quando aprendermos a detectá-la em nós mesmos (essa é uma de nossas intenções neste nosso pacato escrito) e, quando educarmos as crianças para que sejam mansas e pacíficas, pois a educação é algo compartilhado e não imposto – conforme colocamos no livro projeto: Educar para um mundo novo.
Leis e palavreado com ou sem teatro; com ou sem veiculação na mídia; indumentária e frases tão complicadas quanto vazias; não seguido de atitudes coerentes não servem para muita coisa; até atrapalha.
Pessoas não se educam com slogans, nem com palavras de ordem, e sim na prática de cada dia.

Antes de conseguirmos a paz nas ruas, nas escolas, no trabalho e na vida social e política, ela precisa ser conquistada no íntimo de cada um e no ambiente familiar. A atitude pacífica deve ser aprendida e exercitada principalmente na vida em família.

Como tudo que envolve o ser humano a paz não se consegue numa canetada de um decreto político ou não; nem com teorias mirabolantes ou num passe de mágica; é conquista de dia a dia, de respeito pela própria vida e pela vida do outro.

Alcançaremos um estado de paz relativa, quando nos lares não houver mais:
• Guerra pelo poder de controlar sem medir forças
• Competição
• Mentiras
• Politicagem
• Traições
• Violência verbal
• Agressão física

Desse ponto em diante todas as lutas sociais em prol da paz serão vitoriosas. Até lá; muitas inutilidades farão o desejo de poder e mordomias de poucos; ás custas da qualidade de vida de muitos.

EDUCAR CUSTA MUITO MENOS DO QUE REEDUCAR.

Um dia entenderemos isso; tomara que sem violência.

Namastê.

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