quinta-feira, 30 de julho de 2009

HIPOCONDRIA DIGITAL - CUIDADO PARA NÃO SER DELETADO

Hipocondríaco digital? – Ninguém merece!

A NET veio democratizar o conhecimento em todos os sentidos; até na área médica. Salutar que as pessoas se informem sobre seus diagnósticos e tratamentos; com isso, médicos e pacientes devem ganhar em qualidade de raciocínio crítico; esperamos que a tradicional frase: - “Doutor o senhor é minha última esperança, estou em suas mãos”! – desapareça de vez dos consultórios.

Claro que a informação disponibilizada sobre diagnósticos e tratamentos é um salto e tanto em qualidade; pois a ignorância permite explorações de todos os tipos e transforma uma lagartixa em enorme crocodilo.
Mas, temos que ser realistas: nessa revolução vão surgir muitos hipocondríacos digitais – e se agüentar um analógico já é um teste e tanto; suportar um digital é dose.

Paciente: aliado ou adversário?
Além disso, também é de se esperar turbulência nesta fase; e um dos problemas será o abalo na já tão combalida relação entre médicos e pacientes carcomida pelo sistema de convênios; formação médica atrelada á indústria farmacêutica e do diagnóstico; e o descaso da política coletiva de saúde em oferecer melhor condição de trabalho aos profissionais.

Saúde estilo Mac Donald.
Usemos de bom senso:
O atendimento médico continuará no estilo “fast-agilizado”, pois, o médico é pessoa comum, que come, dorme; sofre das mesmas necessidades de sobrevivência do que os outros; e precisa além de tudo: apresentar um status, pois para os pacientes, isso é indicativo de sua qualidade profissional; como $ não nasce em árvore e vive do seu trabalho; no mundo atual tempo é $, o atendimento médico virou linha de produção de diagnósticos e tratamentos; isso era e continuará sendo inevitável, pois tudo conspira a favor; são as engrenagens do sistema.

Como funciona esse sistema para ontem?
Como nas outras atividades da vida o atravessador é que lucra; sempre.
Segundo a ótica do paciente:
Ele paga muito ao convênio, daí sente-se no direito de fazer puericultura adulta (marcar ponto, todo mês no consultório para medir a pressão e repetir medições) exigir tudo quanto é tipo de exames para justificar o gasto – como a vida é pontual (quem procura acha; até o que não deveria), muitos pagam caro pela “gula” e descobrem em resultados nem sempre confiáveis alterações que trouxeram desde o nascer; morreriam com 500 anos de idade; caso não soubessem desse fato.
Segundo a ótica do médico:
Ele recebe honorários insuficientes, glosados até onde seja possível; pagamentos protelados, etc. Claro que há muitos profissionais cujo caráter deixa a desejar – e nessa briga de cachorro grande sobra para os profissionais honestos e para os pacientes.
Ouvir a queixa do paciente sem olhar para ele pode tornar-se uma kármica rotina para profissionais: desalentados, depressivos, quase em pânico para pagar as contas e para sustentar os sócios FP: IR, INSS, ISS, SINDICATOS; taxas de todos os tipos; aluguel, conta de água, luz, condomínio ou IP, contador, manutenção de sistema digital para trabalhar com convênios; pagar os juros do cheque especial quando os convênios não pagam no dia certo – além de suprir todas as despesas do dia a dia como todas as pessoas – Médicos tem mulher, filhos, sogra, cunhados, vizinhos, etc. - além disso, tem que encaixar mais consulta para suprir os horários das pessoas que marcam e não aparecem (mais comum do que se imagina) e se todos aparecem a reclamação é vampirizante – que o digam todos os profissionais de qualquer área: transformar sua profissão de ideal em rotina para suprir $ pra honrar as contas, aliena.

Ninguém merece uma mala sem alça (doente digitalizado).
Convenhamos, sejamos justos:
Nessa rotina infernal, agüentar um hipocondríaco digital é dose pra leão, ninguém merece.
Apenas para descontrair: imagine um cliente de advogado que fez a maior besteira do mundo, está prestes a ser enquadrado e quer discutir lei e ainda bancando o Ruy Barbosa; e o fulano é mais “duro” do que uma porta; não tem um tostão furado – é fácil adivinhar seu destino (em teoria: cadeia) – com as devidas ressalvas médicas: caixão...

Sem dúvida que, o conhecimento de causa para os doentes trará muitos ganhos.
Com a ajuda da NET a medicina vai descer do pedestal de senhora da vida e da morte para assumir o papel de educadora para a saúde. A cada dia fica mais evidente que no ser humano a padronização não dá certo; pois somos seres individualizados; daí, nossas doenças e tratamento não pode ser tão padronizado como deseja a indústria da cura.

Especialistas em enrolação.
Há uma outra complicação: num mundo cada vez mais digital surgem especialistas na NET para resolver tudo – mas, suas soluções ainda nada têm de criativas além de remédios e enrolação em doses cavalares.

Apenas para ilustrar:
O que caracteriza um hipocondríaco?
Tem pensamentos recorrentes sobre doenças e medo de tê-las (TOC).
Hiper valoriza sensações físicas que para ouras pessoas são normais.
Associa suas sensações físicas a doenças graves.
Toma remédios por conta própria ou por medo, não toma remédio algum.
Vassourinha de consultório - vive e médico em médico; faz muitos exames e, quando recebe o diagnóstico de que está tudo bem, fica tranqüilo apenas no momento, logo passa a procurar novas doenças.
Procura se informar sobre as doenças e, quando lê que um famoso teve a enfermidade começa a sentir os mesmos sintomas.

Como lidar com o hipocondríaco? Entrar no jogo ou desvalorizar de vez seus sintomas?

Como agir frente ao hipocondríaco digital?
Confesso que estou perdido, ainda não consegui definir uma política de ação – cada um é cada um.

Será a solução?
Fiquei admirado ao tomar conhecimento da forma como atua uma colega; ela faz questão de levar alguns pacientes até o elevador, aperta o botão e pede para que nunca mais a procurem – Seu consultório está vazio? – Não! – Pasmem, para marcar consulta com ela só após janeiro de 2010 – Encaixes? Nem por milagre; se a secretária ousar está despedida.

Não é do meu perfil; realmente não consigo ainda fazer isso – Mas, se esse for o caminho quem sabe um dia eu consiga.

Nossos conflitos íntimos aumentam na velocidade dos megabytes.
Bem vindos ao mundo digital.
Haja conflitos e paciência.

É ou tenta ser um hipocondríaco digital? – Cuidado para não ser deletado!

Paz.

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