sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

NO BEM OU NO MAL - SEJAS O MELHOR

EM TUDO QUE FIZERES – SEJAS O MELHOR

Nossa sociedade já foi predominantemente rural, cosmopolita, psicodélica, modernista, neurótica, hoje é esquizofrênica; tanto na postura quanto nos valores. De qualquer ângulo que a vejamos, sob qualquer prisma que a analisemos é possível concluir que vivemos num país estilo Juqueri.
No assunto anterior “Dias de Fúria” uma das propostas da sociedade que mais se ouve: acelerar a construção de mais prisões e, de preferência as de segurança máxima, para manter a tranqüilidade dos cidadãos do bem bom. As pessoas não se interessam em saber como o seu dinheiro é usado e, quanto custa cada preso internado nessas prisões; pior ainda, acham que o estado tem máquina de fazer dinheiro; o que mais se escuta: o governo tem que fazer isso! Tem que fazer aquilo! – Não interessa saber que o governo, somos nós. A maioria reclama da carga de impostos; então, sonega tudo que é possível, compra “produtos pirata”. Essa maluquice é facilmente compreensível: a maioria é constituída de analfabetos funcionais, até sabem desenhar as letras e ler; mas, são incapazes de compreender textos de mais de dez laudas e se comunicam usando a linguagem do “manês” e do “lulês”. Pela ausência crônica de educação política o descaso e a falta de responsabilidade dos cidadãos é assustador; pesquisa recente aponta que 54% dos eleitores um mês depois não se lembram mais nem do nome do candidato em quem votaram; quanto mais exigir dele que cumpra com as promessas que o levaram a ser eleito.
Claro que a maioria não terá interesse algum em discutir nada de importante; mas para quem se preocupa ao menos em ler, vale a pena sempre observar os fatos, por ângulos que nunca pensamos antes.
Vamos brincar de analisar nossa postura social e jurídica segundo a contravenção e a aplicação da justiça. Para tornar o raciocínio mais interessante, vamos fazê-lo sob a visão de Paulo de Tarso; sou admirador dele; foi um sujeito fantástico, e cada dia mais atual - numa de suas cartas aos gentios ele disse mais ou menos o seguinte: tudo que fizeres faça bem feito, sejas o melhor; e parece que sua visão abrange até o mal feito; ele enxergava longe.
Segundo a nossa jurisprudência, em se tratando da interpretação das leis e da justiça; pequenos crimes sofrem todas as penas da lei; mas, quanto maior o crime, maiores as regalias e a até a impunidade. Daí, se o amigo cometer uma contravenção qualquer, parta para as cabeças, vá fundo, pois se o fizer pobremente, vai sofrer as conseqüências de forma sofrida; para você malfeitor pé de chinelo, todos os rigores da lei e todos os sofrimentos do cárcere – pois não terá como pagar aos doutores da lei que o conduzirão pelos porões da justiça ou pelo propinoduto até a liberdade; ou em último caso, a uma colônia de férias carcerária cinco estrelas (prisão de segurança máxima) que custa os olhos da cara para as cobaias do sistema. Confesso que, achava estranho: simples suspeitos sem provas contra eles, confessarem crimes que não cometeram e muitos com requintes de crueldade que nem aconteceram – Serão esses caras malucos (do jargão13)? – Grande parte não é - por incrível que pareça são muito ladinos; embora de forma instintiva; com um pouco de observação dá para entender como funciona o sistema penal e carcerário. Lá no xadrez de qualquer tipo, a moeda mais forte é o medo que consiga gerar, nos em torno; claro que nada supera o dinheiro, esse abre todas as portas e compra tudo; mas na ausência dele, para sobreviver é melhor dar uma de doidão de dar dó. Imbecilidade ou esperteza? - Vamos nos colocar no lugar do sujeito, fora das grades vai ser discriminado, nunca arranjará emprego, passará fome, voltará ao crime, droga e bebida; se ficar preso numa cela de detenção provisória vai ser estuprado, humilhado e, se demonstrar fraqueza, vai apanhar em dobro dos policiais e dos colegas – nesse ambiente a principal moeda é o medo que consiga infundir nos profissionais da justiça e nos outros bandidos; quanto mais maluco, maníaco e violento aparente ser mais seguro estará – claro que há risco; pois, dia menos dia terá que provar sua malvadeza para sobreviver (do lado espiritual essa situação é tal e qual; mas, muito mais forte e interessante – material para próximas conversas). Numa cela de detenção temporária a comida é um lixo, tem que dormir no chão, sua família não terá direito ao “bolsa prisão” (do lado espiritual: preces e rogativas); sexo: só homo; mas, quando julgado ou não; estiver numa prisão de segurança máxima, comerá do bom e do melhor (dia destes tive acesso a uma lista de compras de penitenciária top line e fiquei encantado (com inveja) como tratamos bem nossos irmãos que se desviaram do bom caminho; é tudo coisa de primeira linha: carnes só maturada, filé de peito de frango, vários tipos de queijo, verduras, frutas e legumes de primeira; chuveiro quente, roupa de cama trocada; roupa lavada, visitas sexuais semanais; possibilidade de manter os negócios da família funcionando a todo vapor e mil possibilidades de coçar – trabalhar? Deus me livre. Além disso, a família tem direito a uma bolsa $.
Está errado? – Claro que não – os cidadãos que trabalham para manter essas pessoas longe deles e da sua família têm obrigação de trabalhar e muito para cuidar deles. Não adianta ter peripaque e ficar revoltadinho – Está com desejo de matar? – Cuidado, não venha nos fazer companhia; precisamos de você aí fora; trabalhando, dando duro - Calma aí mano! - Somos subproduto da sociedade de consumo, farinha do mesmo saco – Apenas, você trabalha mano e nóis goza... Ocê é educado mano; nóis não mano... Eduque bem seus fios mano; pros nossos usufrui, mano... Calma, calma, vai uma bíblia aí?...
Educação? – Pára com isso... É baboseira.

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