quinta-feira, 26 de maio de 2011

AS REDES SOCIAIS E A TIMIDEZ

A timidez social parece fora de moda num mundo de tanta exposição; mas na verdade está em franco crescimento; esse é outro dos nossos paradoxos da convivência.
O desenvolvimento da tecnologia traz consigo novas formas de comportamento - hoje usamos muito mais telefone e Internet; o que proporciona maiores possibilidades de contatos virtuais interativos; o esperado seria uma facilidade maior para interagir; as pessoas se tornariam menos inibidas – no entanto, tem aumentado o número de pessoas que na presença de outra com a qual interage tão bem no virtual; quando no tete a tete não sabe o que dizer nem o que fazer. Aumenta o número das que usam remédios, álcool e drogas para conseguir interagir sem o inconveniente da timidez.

Um dos efeitos colaterais é o aumento da sensação de solidão; pois é inevitável que a diminuição dos contatos sociais em presença física; tenha como conseqüência um desenvolvimento menor das habilidades sociais, afetivas; e o enfraquecimento dos vínculos afetivos.

No mundo contemporâneo ao invés de diminuir, a timidez social cresce e hoje já atinge quatro em cada dez pessoas.
É um problema que limita; pois os tímidos têm as suas opções diminuídas, o que necessariamente não significa que sejam menos felizes que os outros; mas suas escolhas tendem a ser mais restritas. No mercado da vida o tímido sai perdendo; não apenas na sua rede de contatos sociais e de trabalho; mas até na possibilidade das escolhas amorosas; pois há muito se sabe: quem não arrisca não petisca.

A timidez pode ser uma característica de nascimento; que pode sofrer aumento ou diminuição considerável dependendo do meio em que a criança cresce.

O tímido coloca um peso muito grande na opinião alheia. E isso pode piorar; se a família tem como hábito fazer comparações entre filhos ou com outras pessoas. O potencialmente tímido caso sofra de sentimento de menos valia tem a qualidade de vida comprometida.


Como em toda e qualquer patologia: quanto mais precoce seja o diagnóstico desse distúrbio; melhor as possibilidades de cura.
A comprovação da timidez pode ser feita pela própria família:
Desde pequenas algumas crianças se escondem atrás dos pais quando abordados por estranhos ou até familiares próximos.
Algumas quando na presença de desconhecidos e mesmo de outras crianças levam algum tempo até emitirem a primeira palavra, comportam-se num primeiro momento como se fossem mudas.
Determinadas características da personalidade costumam agregar-se à timidez, dentre elas, o orgulho.

A abordagem de qualquer problema de comportamento ou de personalidade a ser corrigido deve ser cuidadosa - é preciso observar e calar até que haja certeza no diagnóstico.

Como controlar a timidez:

Primeiro é preciso entender sua origem; para que ela possa ser reduzida com treinamento e exposição a situações propícias, estilo vacina.
Um bom exercício para crianças são as atividades esportivas, estudo de música e atividades de teatro.
Para resolver dois problemas com uma só atividade a criança tímida/orgulhosa pode ser estimulada a engajar-se em tarefas que ajudem a desenvolver a humildade.

A dificuldade de interação social é mais um motivo para que o uso da interatividade virtual seja regulado e disciplinado – não se trata apenas de proteger a criança e o jovem dos possíveis desvios de conteúdo nas redes sociais; mas também ficar de olho na qualidade das interações e dos vínculos afetivos que a criança consegue desenvolver no seu dia a dia.

Qual será a influência do uso das interações virtuais sistemáticas proporcionadas pela Internet no comportamento dos adultos da atualidade?
Ajuda ou dificulta as interações?
Remédios, álcool, drogas e outros artifícios estarão sendo substituídos pelo mouse, tela, teclado na tentativa de superar a timidez social?

Namastê.

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