Principalmente com aquele que já busca definir seus anseios, e aspira
diferenciar-se da maioria medrosa e preguiçosa.
Também, e principalmente, com aquele jovem ainda desorientado que, por
falta de melhores espelhos projetivos, quando cercado de adultos
infantilizados, tenta se diferenciar deles a qualquer custo.
Seja pela auto/mutilação, espetando “badulaques” pelo corpo, pela
agressão sonora e visual aos valores de seu grupo social, ou pela busca
desenfreada do prazer através da relação sexual precoce e irresponsável.
Ou ainda, através do uso do cigarro, da bebida e da droga, tentam
revidar à falta de atenção de adultos que não conseguem conexão nem junto à
própria família consangüínea.
Esses jovens tentam, com o seu comportamento, agredir os valores de
seus pais e da sociedade.
Esses jovens não percebem, mas assim agindo, estão oferecendo aos
adultos, com a crise desencadeada por esse seu comportamento, a chance para que
eles possam refazer seus destinos e alçar suas vidas a um patamar diferente de
seu inexpressivo cotidiano.
Sem ter consciência disso, sem atinar para o fato, ele, o jovem
inconformado, funciona pela sua própria competência uma ferramenta contundente.
Sem ter plena consciência do que faz, o jovem rebelde vinga-se também
do cinismo social.
É preciso rebelar-se, discordar para não perder a fé no mundo, no
nosso futuro e em nós mesmos.
É necessário que tenhamos um número cada vez maior de jovens rebeldes
contra a hipocrisia social.
Rebeldes sim, mas com inteligência, rebeldes criativos, corajosos,
conhecedores das leis naturais de evolução, progressistas e empreendedores;
pois, o conformismo diminui a criatividade.
E, é preciso, aproveitar ao máximo a criatividade do jovem para o
progresso coletivo; pois, a socialização crescente restringe a criatividade
natural, atribuindo julgamentos de valor, do tipo: bom ou mau, certo ou errado,
próprio ou impróprio.
Julgamentos impostos de fora para dentro criando limitações.
Porém, os jovens devem estar atentos para uma lei natural, a das
experiências acumuladas: ninguém progride; sem o concurso daqueles que já
progrediram.
Nem todos os adultos são totalmente hipócritas, nem totalmente
aproveitadores...