quarta-feira, 8 de abril de 2009

O OUTRO LADO DA PÁSCOA

O OUTRO LADO DA PÁSCOA

O real significado da Páscoa, poucos sabem e a maioria não quer nem saber.
O que interessa mesmo é aproveitar o feriadão: viajar, passear, comer, beber, festejar ou simplesmente morcegar.
Neste contraditório mundo para uns é época de trabalhar mais para faturar bastante e para outros é momento de gastança, ás vezes além da conta; mas quem se importa com isso?
Alguns vão aproveitar o feriadão outros vão adoecer em virtude dele (mais adiante explicamos as razões).
Nossa relação com o trabalho deixou de ser um paradoxo para tornar-se esquizofrênica – até a idade adulta somos preparados para entrar com os dois pés no mercado de trabalho, numa luta desenfreada para ver quem assume os melhores e mais rendosos postos; depois a insatisfação predomina para a maioria e o trabalho passa a ser um fardo duro de carregar; se estamos sem emprego vamos á loucura; empregados nos deprimimos e não vemos a hora de chegar o fim de semana, as férias e as emendas de feriados.
Aproveitando a semana santa; que de santa não tem quase nada mais; para expor nosso raciocínio a respeito do outro lado dos feriados – Explicamos: algumas pessoas elevam o nível de ansiedade preparando a viagem – não é raro que as tarefas sejam mal executadas; especialmente as crianças e até alguns adultos já agravem o sono; até correm o risco de adoecer antes da viagem. Na véspera alguns só pensam na forma de sair antes para chegar primeiro com a desculpa de evitar os engarrafamentos.
A ansiedade materializada em pressa faz com que o número de acidentes viários aumente; e os acidentes orgânicos também; pois a ansiedade leva a comer todo tipo de porcarias em quantidade maior do que o habitual; antes e durante a viagem, tanto na ida quanto na volta.
A falta de bom senso detona com o coitado do organismo.
Mentes avoadas mais inquietude e compulsões detonam com o corpo físico.
A lei da inércia se encarrega de colocar muita gente de molho já de Sexta para Sábado: viroses; infecções; labirintite; enxaqueca; crises de asma ou bronquite; vômitos e diarréia; tosse, coriza; isso sem falar de acidentes mais graves de doenças como AVC, enfartes, etc. – Resumindo: (já colocamos em outro bate papo) Não temos botão de liga e desliga e todos os hormônios e mediadores de sistema nervoso que produzimos em larga escala na fase de ansiedade e correria não são metabolizados; e sobra tudo para o corpo físico, no dia depois de amanhã...

Para completar o quadro: não havia época mais interessante para inventarem a estória do ovo de Páscoa do que o início do outono, as variações de temperatura já contribuem para desencadear problemas respiratórios: rinite, sinusite, faringite, laringite, asma, bronquite; em virtude do potencial de incrementar alergias, enxaquecas e depressão (como efeito rebote) o consumo de chocolate dá o golpe final – quase ia esquecendo dos bebericos e da comilança.
Claro que esse processo tem seu lado bom.
Quem se delicia com a ressaca orgânica da comemoração da Páscoa é a indústria farmacêutica e a indústria da saúde (claro que, não os que trabalham no serviço publico; pois o serviço aumenta – e quem gosta de serviço?).
Dane-se a crise.
Se houvesse uma forma de medir com segurança os reflexos econômicos dessas épocas, iríamos observar o quanto o país perde com isso, tanto na diminuição da produtividade nos dias que antecede quanto na perda de eficiência nos dias pós comemorações desse tipo – Claro que há o lado positivo; mas, a relação custo benefício está indo para o brejo.
Em se tratando de acidentes de saúde:
Quem paga o pato com mais severidade é o corpo das crianças – boa parte delas ganhará vários ovos de páscoa e a rotina de nariz escorrendo, obstruído e tosse vai rolar até depois do último feriado do ano...
Um de nossos amigos conselheiros o Dr. Fradinho (no humor ele lembra muito o Fradinho do saudoso Henfil) tem uma receita super eficaz para resolver esse problema; mas fica para o próximo bate papo.
O lado escuro da Páscoa é o chocolate – Mas, que delícia!
Depois não diga que não avisei...
Paz.

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