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sexta-feira, 29 de julho de 2011
A FIDELIDADE A SERES HUMANOS É RELATIVA
Ser fiel sem importar as condições é colocado e entendido por muitos como uma qualidade humana. Mas de forma absoluta não é nem poderia ser; pois como tudo na nossa vida, a fidelidade é relativa no tempo e no espaço; além disso, precisa da ferramenta da inteligência formadora do senso crítico – Como e para que ser fiel a coisas, crenças, contratos, pessoas, com as quais nada mais temos em comum?
Quebrar contratos, voltar atrás, desmanchar parcerias, representa progresso em muitas circunstâncias.
Entender o que significa fidelidade, mesmo que apenas de forma simples e conceitual, pode ser útil para a seqüência de nosso progredir sem as amarras do sofrer. Claro que mesmo os conceitos eu posso entendê-los segundo meus interesses do momento.
Fidelidade
s.f. (Do lat. fidelitas, fidelitatis.) 1. Qualidade de quem é fiel, devotado, ligado a alguém ou a alguma coisa. - 2. Qualidade de quem é constante em seus sentimentos, suas afeições, seus hábitos. - 3. Qualidade do que é conforme à exatidão, à verdade. - 4. Qualidade de quem não foge a uma promessa, de quem não traí um princípio. - 5. Qualidade do que não se altera no tempo.
Somos seres em constante mutação e progresso; daí:
A fidelidade a seres humanos é prá lá de relativa.
Novos momentos, novos conceitos, saberes e valores pedem novas posturas propiciadoras de novas realizações que substituem as antigas; mas não as invalidam. Como disse Jesus: Não vim destruir a lei.
Tudo na vida humana ainda é mutável.
Ser fiel entre nós e nossos valores ainda é relativo no tempo e no espaço; nem toda promessa deve e pode cumprida ao pé da letra, como algo imutável; pois a base dos nossos julgamentos depende da capacidade de discernir já desenvolvida, e da intenção de cada um dos envolvidos no momento: segundos atrás ou milênios, qual a diferença?
Não estar fiel a velhos contratos, entendimentos e parcerias não significa em absoluto ser traidor ou pessoa pouco confiável.
Ser infiel ou “traíra” quando é possível dizer a verdade, sempre, significa pobreza de qualidade humana; para sair de uma situação a outra, mais decente é discutir e reformular posições de forma lógica e clara. Sim, sim, não, não, serve ou não serve, paro ou continuo, sem enrolação; sem mentira.
Até nosso sistema de crenças precisa ser reformulado a cada instante; pois os princípios que nos guiam ainda não se encontram totalmente alinhados às leis da vida e á ética cósmica.
Devemos cobrar fidelidade apenas a nós mesmos, aos princípios que nos trazem paz de consciência e felicidade através da busca incessante da verdade.
Quando cobramos fidelidade de outros para conosco estamos quase sempre sujeitos a tentar manter nossos interesses do momento. Lembram do bordão:
Se não está a meu favor está contra mim?
Para começar um trabalho de ser realmente fiel e não apenas de estar temporariamente fiel; é preciso ser fiel á verdade que nos libertará – esse, é um passo importante na conquista da paz e da felicidade relativa.
O momento é de reciclagem e transformação.
Assim como vários outros que compõem nosso sistema de crenças o conceito fidelidade, é um dos que precisam de revisão íntima urgente; não apenas para resolver contratempos da vida contemporânea; mas até para evitar processos obsessivos que se prolongam num tempo a perder de vista. Não é raro que sejamos cobrados por amigos do passado que ficaram presos no espaço/tempo, a manter posturas contratadas hás vezes há milênios e que não condizem mais com nossa visão de mundo.
Namastê.
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