Na sua passagem pela vida cursos d’água e pessoas costumam delimitar seu espaço para transitar pela terra.
Delimitamos margens habituais que sinalizam aos outros o território que usaremos a maior parte do tempo.
Tanto uns quanto outros estão sujeitos a “cheias” quase sempre anunciadas.
De maneira mais sutil demarcamos até onde pode chegar nosso “por aqui”, até onde precisamos ocupar um território maior até que desagüemos e voltemos ao curso normal da vida.
Tanto cursos d’água quanto pessoas possuem “temperamentos” e reações diferentes; uns esvaziam mais rápido outros são mais lentos – há que respeitar uns e outros.
A natureza costuma acatar tanto os limites dos cursos d’água quanto das pessoas.
O problema somos nós que invadimos as margens e os alagados dos cursos d’água e dos indivíduos – depois reclamamos da respostas naturais e rotulamos as reações de fúria da natureza ou da natureza violenta das pessoas sobre nós.
Somos sujeitos a represar e a estourar causando os chamados estragos e calamidades.
Entre nós a “contenção das características da personalidade” represa sentimentos e emoções – e quando se rompem os diques os estragos sempre são dignos de nota.
Na natureza também.
Costumamos represar rios destruindo ecossistemas e depois gerações á frente colocamos a culpa na própria natureza.
Fazemos a mesma coisa com as pessoas através da educação e do sistema de cultura – depois reclamamos dos desastres sociais: violência de todos os tipos.
Nas enchentes e alagamentos naturais não há contaminação nem lama pútrida a causar doenças.
Nos “por aqui” do ser humano a contaminação se faz pela violência, vingança, palavras de baixo calão, mágoa, ressentimentos.
Catástrofes de todos os tipos podem ser evitadas através de simples observação e respeito aos limites de cada um.
Cuidado com a especulação imobiliária e afetiva – aprenda a controlar seu ego para que aprenda a respeitar e a respeitar-se.
Costumamos nos apossar de pedaços dos limites das pessoas, cursos d’água, encostas, terra – e depois, reclamamos e sofremos quando perdemos o que não nos pertence...
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