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quarta-feira, 20 de julho de 2011
CÂNCER: A DOENÇA DAS MIL E UMA UTILIDADES
Houve tempo em que estar com câncer eqüivalia a uma quase sentença de morte; era uma experiência de vida capaz de gerar grandes mudanças tanto na forma de pensar, sentir, agir; quanto na visão de mundo das pessoas; seja do doente ou dos em torno – era uma medida evolutiva caótica, drástica e relativamente eficiente.
Hoje nem tanto; pois a nossa capacidade de adaptação às circunstâncias da vida que nos tiram da zona de conforto cresceu muito; o progresso da ciência tornou-a quase uma doença qualquer; o que até certo ponto lhe retirou parte do poder de auxílio na evolução; embora ainda seja um choque anímico capaz de despertar muita gente para mudanças; sejam elas conscientes ou não.
Claro que seu poder de ação transformadora sobre as pessoas depende das razões relativas ao seu aparecimento – a que se deve a doença e quais as finalidades a que se destina.
As recaídas na forma de metástases também obedecem às causas e necessidades do doente ou dos em torno; pois muitas vezes, as doenças têm como alvo principal gerar potencial para mudanças energéticas no meio familiar - além é claro do próprio doente.
Pode parecer estranho a princípio ao raciocínio comum; mas doenças como o câncer podem salvar a existência de algumas pessoas, tanto do doente quanto dos familiares.
Um fator que atrapalha a conscientização:
Estamos sempre focados na perda do corpo físico; fixados no evento que chamamos de morte – mas, ela em si é um acontecimento muito menos danoso do que permanecer muitos anos no corpo físico e pouco cumprir do projeto de vida proposto antes de nascer; além disso, sem ajuda de experiências drásticas não nos preocupamos em observar as situações capazes de proporcionar ajustes no nosso projeto de vida que se apresentam no decorrer da existência em curso.
Um alerta: a vida pouco útil é pior do que o desencarne.
Não é tão raro que o objetivo principal do câncer seja ajudar a salvar a existência de alguém em torno do doente.
Vou ilustrar com um exemplo de consultório: atendo uma família cuja mãe funciona como um obsessor do filho no que tange a doenças – claro que ele vive doente; inevitável como se pode comprovar através das experiências do cientista japonês Masaru Emoto com a água.
O garoto já foi bastante afetado na sua qualidade de vida atual; e também no que diz respeito á qualidade da sua vida em breve futuro; hoje ele já manipula as pessoas usando a doença como jogo subconsciente (brincando de gato e rato dodói como faz com a mãe) – avisos não surtiram efeito.
De repente ela surge com um câncer de mama e está a passar já há alguns meses por toda a rotina de quimioterapia e outras – tão focada ficou em seu problema que ela se esqueceu de obsidiar o filho - ontem ele esteve no consultório; não vinha há cinco meses; e o melhor: está e esteve relativamente bem esse tempo todo.
Para essa família, várias outras oportunidades de ajustes surgiram através da doença da senhora - como a de reconciliação com algumas pessoas da parentela e outras.
No que vai dar isso?
Evidente que os interessados vivendo experiências desse tipo podem aprender ou não.
O processo ainda está em curso; espero que nossas dicas sirvam para alguma coisa.
Observando o desabrochar do garoto; ele a olhos vistos já é outra pessoa - a doença da mãe surtiu um efeito deveras positivo em seu comportamento e também já ajudou a diminuir o prejuízo no seu projeto de vida. Pois ninguém merece viver sob o jugo da hipocondria; manipulando as pessoas; usando a doença como álibi; vampirizando energias dos em torno; enfim, levando uma vida pobre em realizações; pois nessa condição desbaratamos todos os tipos de recursos e talentos em preocupações pouco úteis – além de obsidiar os outros.
Como comunidade, nós esperamos que o câncer ainda exerça por um bom tempo, suas funções evolutivas a contento; para que não precisemos da ajuda de doenças mais estranhas e drásticas nesta fase de transição planetária; pois de certa forma já nos acostumamos com ele – a doença das mil e uma utilidades...
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