sexta-feira, 24 de abril de 2009

CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMOR E A LIBERDADE

Confesso que sou um apaixonado pela liberdade; ainda meio babaca; pois, digo a mim mesmo que ela é tudo de bom; a razão de nosso viver. Mas nunca a entendi muito bem; nem a pratico; muito menos a respeito. Sonhador, vivo no mundo da lua, num planeta imaginário onde todos se respeitam e são livres – Esqueço que ainda somos candidatos a seres humanos e, estamos numa fase de transição planetária; onde nossas mazelas vão ficar a descoberto; a cada dia mais.
Na vez passada falei sobre a liberdade dos animais; esquecendo que, quem dita regras de convivência somos nós.
Como eu posso falar em liberdade; se quero o tempo todo modificar as outras pessoas?

Retornando ao assunto do bate papo anterior: liberdade e amor entre bichos e humanos:
Se muitas de nossas crianças estão sendo criadas ao “deus dará” nas ruas: abandonadas, maltratadas, espoliadas sexualmente, drogadas; e pior: as que poderiam ser conduzidas de forma mais correta; estão sendo criadas em regime de confinamento e engorda. Sim – Estas gerações de adultos são o supra-sumo da ganância: O espaço público está sendo muito mal usado; as crianças não têm o direito de ir e vir nem brincar; as restrições ao uso do corpo físico são imensas e as cobranças intelectuais e emocionais exageradas. O material de engorda é cada vez mais “barato” – Nesse panorama as crianças estão pulando doenças de adultos e indo direto para doenças de idosos. O paralelo que pode ser feito com os animais: eles estão (na minha humilde opinião) indevidamente sofrendo dos mesmos males que nós; adoecendo de câncer, diabetes, insuficiência renal, parasitoses e infecções; obesidade e enfarte.
Desconheço kharma animal – Será que animais têm kharma? Ou vivenciam um conjunto de situações para a evolução de sua alma? – Agradeço ajuda.

Para a seqüência de nosso bate – papo sobre liberdade, eu desenterrei um velho escrito e uso uma parte dele para trocar idéias.
Estamos em pleno exercício da liberdade?
Creio que não!
Segue o que eu pensava na época do escrito:
Limitações do livre arbítrio.
Desconsiderar a lei de causa e efeito e a de retorno é um entrave cada vez mais importante á nossa evolução.
Estou livre é temporário; sou livre é definitivo.
Um dos principais fatores a complicar o uso da liberdade criativa, é a educação baseada em falatório quase sempre contraditório.
Outro é a falta de permissão para que a criança experimente os efeitos das suas escolhas; se fosse possível os adultos tentariam manipular e controlar a vida dos filhos por tempo indeterminado.
Ainda bem que somos desiguais ao infinito, e algumas crianças trazem de forma inata uma forte vontade de escolher segundo seus desejos, sendo difícil manipulá-las ou controlá-las; essas da geração nova são rotuladas pela família de pessoas de gênio forte ou desobedientes.
A tentativa de enquadrar as crianças em parâmetros, hábitos e paradigmas culturais de uma sociedade sem respeitar a individualidade, torna-se um agente castrador do aprendizado da arte de viver, executar escolhas sensatas, e de desenvolver aptidões. (Castrar os animais não será interferir com o aprendizado da espécie?).
A capacidade de escolha é relativa no tempo e no espaço.
Segundo a visão de mundo que vai do nascer ao morrer; foi convencionado que, a partir de determinada idade, o indivíduo pode fazer suas próprias escolhas; e a partir de outra, será responsabilizado pelas conseqüências inadequadas (leis de responsabilidade civil e criminal). Visto segundo uma ótica mais abrangente a capacidade de optar e de responsabilizar-se independe da idade cronológica numa existência; está sim diretamente relacionada ás condições de evolução do indivíduo ao longo do tempo; isso explica o fato de que algumas crianças demonstram mais maturidade; uma melhor capacidade de discernir; e até sejam mais responsáveis do que os adultos que a cercam. (Como fica a capacidade de escolha dos bichos? – quem comanda isso no astral?).
No presente as opções estão limitadas pelas conseqüências das escolhas efetuadas nos tempos passados.
Nossa evolução não é uniforme; apenas seqüencial; em virtude disso, as opções e a liberdade de escolha num determinado espaço de tempo é desigual; analisando-se esse fato num contexto limitado, a lei de causa e efeito assume a aparência de um determinismo punitivo até; sempre simploriamente confundido com sorte, azar ou destino.
Quando o assunto é opção ou escolha uma questão a resolver é a liberdade ou não para executá-la; inserida no livre – arbítrio.
Eu decreto que!
Apenas querer não é poder; nunca foi e nunca será.
Não adianta eu decretar que sou luz e livre; é preciso que me porte como tal.
Não adianta decretar que sou feliz; é necessário que trabalhe para tal.
Qual a ação desse grito de liberdade – Eu decreto que? – Espantar os que se julgam nossos donos ou cobradores – Mostrar que estamos dispostos a enfrentá-los e a deixar de ser cobaias; só aceitando o que é justo. (Entre os bichos será que animais rebeldes que sempre tentam fugir e são tratados pelos donos como ingratos; não decretaram que serão livres sempre? – Qual o mecanismo?).
Aprender a usar a liberdade é um desafio.
Somos criaturas paradoxais, vivemos e até morremos para alcançar a liberdade; sem saber do que se trata.
– Loucura?
Imaturos, revoltamo-nos quando descobrimos a outra face do nosso sonho de ser livre: precisamos responder por nossos atos.
Na fuga das responsabilidades nos acorrentamos; aprisionamo-nos aos efeitos das próprias escolhas, na vã busca da liberdade sem assumir as conseqüências. (A quem ou a que consciência os animais respondem?).
Que incrível paradoxo: nós somos prisioneiros do próprio direito de sermos livres.
Em dado momento, mais maduros, encontramos a chave para desvendar esse mistério: precisamos libertar os outros para que nos sintamos mais livres; e, sem tentar escapar, aceitamos que, quanto mais libertos nós nos tornamos; maior é a responsabilidade; pois uma não existe sem a outra, liberdade e responsabilidade são interdependentes, como nós o somos, uns dos outros.
Devo não nego; vou pagar quando e como puder!
Os agiotas da contabilidade natural devem ser enfrentados tal e qual fazem os endividados de hoje do sistema financeiro.
Para nos manter cobaias; os banqueiros do além tentam nos espoliar e nos amedrontam com penas eternas, sofrimentos e medo das execuções.
Mas não basta aceitar a dívida é preciso resgatá-la. A moeda? – Misericórdia que pode ser cambiada em caridade. (Aí a dúvida pega; animais são misericordiosos, perdoam sem questionar; são de uma fidelidade invejável – De onde vem isso?).
Amor é liberdade?
Nessa busca descobrimos o amor, pois ao nos sentirmos realmente livres; acontece uma glória da vida humana: aceitamos que a responsabilidade faz parte do ato de amar.
Quem diria: procurávamos ansiosamente a liberdade e sem querer descobrimos o amor, e nos encantamos ao começarmos a descerrar o véu que cobre seus mistérios.
A nova descoberta: amar é responsabilizar-se por... (animais não se sentem responsáveis por nós; apenas nos amam – é o que parece).
- E quem ama assume, no preenche e vivifica.
Amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo.
Apenas quando começamos a cuidar de nós mesmos assumindo a responsabilidade pelas próprias escolhas, sem desculpas nem justificativas; desse ponto em diante, começamos a nos amar e a nos libertarmos.
Enternecidos, repassamos o destino.
Perdoamo-nos e perdoamos; compreendemos então que sempre fomos, somos e continuaremos livres para escolher e para escolher de novo, quando for da nossa vontade; mesmo limitados, sempre é possível - sempre há uma opção.
Identificamos também que cada escolha cria:
Laços humanos.
Laços de alegria.
Laços de amor.
Laços de dor.
Laços de família
Laços apertados.
Nós cegos.
Nós difíceis de desatar.
Mas, se nos amamos:
Desatar para que?

Penso que quando nos libertarmos de nossos desejos de poder; apenas pelo poder - estaremos vivendo plenamente uma sociedade mais justa e amorosa; compartilharemos nossa evolução com a dos animais em pé de igualdade – Até lá vamos cuidar melhor de nossas crianças e de nossos bichos – E de nós mesmos.

Paz.

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