Em se tratando de saúde, doença e cura, é natural que ainda estejamos mais focados nos problemas relacionados ao corpo físico. Geração após geração os pais apenas se preocupam com as doenças físicas, não existe uma cultura para observar a criança como um todo.
Os problemas psicológicos, emocionais e afetivos são ignorados de forma perigosa. Apenas são focados quando há distúrbios no comportamento e na aprendizagem, capazes de tirar o sossego da família; mas, a busca da resolução é repassada feito “batata quente”: profissionais da saúde e remédios.
Na política de ir empurrando a vida com os desejos, não se estuda os impulsos e as tendências da criança, desde o nascimento, como é possível fazer para ajudar na correção; e para evitar graves doenças da alma que dia menos dia se materializam no corpo físico – é inteligente prevenir tal e qual fazemos com as vacinas.
Pelo fato de não estudarmos nossa pessoa como um conjunto; uma unidade inseparável – nós estamos sujeitos na atualidade a grandes e devastadoras “epidemias” de depressão, angústia existencial, pânico, surtos psicóticos, paranóias – e todas as doenças do corpo físico de maior ou menor gravidade; além de todo tipo de desatino criminal.
Algumas pessoas até percebem a relação cada vez mais visível e intensa entre as doenças físicas e os componentes psicológicos; mas, empacotam tudo no tal do “nervoso”, colega do tal do “mal estar”.
Hoje me ligou uma paciente – Dr. Tive outra recaída! – Percebi que basta eu ficar nervosa que o problema volta!
A dificuldade dela em definir o tal do estado de ficar nervosa é grande; pois, como a maioria, ela nunca parou para pensar a respeito.
Para que haja uma comunicação mais adequada entre profissionais da saúde e os pacientes, é urgente que as pessoas comecem a conhecer-se e prestem mais atenção ao que sentem. Evidente que o atual sistema de saúde voltado para o consumo de produtos e serviços iludiu as pessoas – ficou inserido no DNA cultural que as sensações do doente não interessam; o que vai dar o diagnóstico final são os exames de laboratório; daí, em alguns lugares o profissional mal olha para o paciente e já lhe entrega um extenso pedido de exames. Esse sistema deseducou as pessoas no que tange a obter um mínimo de percepção a respeito de si mesmas.
No caso do tal do nervoso:
O que é?
De que forma a pessoa reage?
De maneira agressiva?
Manifesta de que forma?
Tem piti?
Quais as emoções envolvidas?
E os sentimentos?
Que fatores desencadeiam?
Aparece do nada?
Que sensações manifesta no corpo físico?
Com que freqüência surge?
Desaparece por si só?
Muitas outras questões podem ser propostas para esmiuçar o tal do “nervoso”.
A cada dia detalhes vão fazer a diferença entre continuar vivo ou ficar morto; mesmo dentro de um corpo.
Em tempo:
O tal do “nervoso” não tem nada a ver com nervos no sentido da anatomia e da fisiologia, é uma desordem psicológica; uma insanidade da alma – pode parecer piada; mas muitas pessoas confundem até os nervos do SN com tendões e ligamentos – daí, é cada nervão – Tô com um problema nesse nervo, ficou uma pelota!
Dica:
Remédio usado de forma comum prá “nervoso”, é camisa de força química, com suas várias graduações na luta pela sanidade: faixa preta, amarela, vermelha, etc.
Quem vai curar esse tal de “nervoso”?
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