HORA DE DESATAR OS LAÇOS DE FAMÍLIA?

    A família é um laboratório vivo de experiências e aprendizado.

    Uma sala de aula onde aprendemos a ser felizes e perfeitos até o limite do aqui possível. Foi dito que a felicidade plena não é deste mundo, isso é verdade, mas que pode nele começar, isso pode.

Nela como em qualquer lugar podemos tornar o aprendizado da inter-relação prazeroso, simples e fácil como o amor ou sofrido e complicado como a dor, a escolher segundo nossa vontade.

    Aceitar e crer que ela é uma das bases para a evolução do homem; é bom e necessário; porém crer nisso sem atitudes concretas, é como a fé inabalável e cega sem obras: um desperdício.

Muito se fala sobre a importância da família, mas pouco se faz para reestruturá-la.

    Por que: Reconstruir a família?

    Como médico de família, tenho observado no dia a dia o quanto as pessoas adoecem motivadas pelas dificuldades que tem de interagir com familiares, e como é sofrida para muitas delas a vida sob o mesmo teto.

    Muitas com sérios problemas ocultam-se atrás das máscaras sociais e das conquistas materiais.

Irmãos que se antagonizam.

Casais em constantes brigas.

Animosidade entre pais e filhos.

Boa parte das tempestades verbais, das agressões infelizes e até as pequenas e grandes tragédias que acontecem entre as paredes estreitas dos lares, poderiam ser evitadas a tempo.

    Penso que vale a pena levantar tais questões sob um prisma diferente do habitual, pois nós estamos mais sensíveis às mudanças; e aptos a inventar novas maneiras de lidar com as dificuldades íntimas e as de relações humanas.

    As manchetes dos jornais e as chamadas nos noticiários mostram que é urgente um novo posicionamento com relação á vida em família.

Pois devemos esperar neste momento de grande aceleração e de definição para nós: nada mais consegue ficar encoberto e os efeitos estão surgindo logo após as causas que os desencadearam. A época dos “panos quentes”: parece prestes a se esgotar; isso pode ser visto na velocidade com que as famílias são construídas e desmanchadas.

     Parece que o antigo sistema informal usado até o momento não funciona muito bem nos dias de hoje e, é muito sofrido.

Quando temos certeza e clareza de intenções é possível reestruturar as relações familiares. Daí surgiu a ideia de aplicar à família os conceitos de reengenharia que é uma metodologia de transformações e que tem como metas: controlar as mudanças de forma sistemática e contínua, e tornar a mudança tão simples e fácil quanto seja possível.

É um processo interminável e comparativo, que exige compreensão do que está sendo feito; que visa a redução de desperdícios, e nele tudo fica documentado, escrito para posterior reavaliação de metas.

Nada do que aqui está colocado é uma novidade contundente em nossas vidas; apenas relembramos ao amigo: novas e eternas maneiras de lidar com as dificuldades que nós mesmos criamos.

A única revolução que pode causar é no íntimo de cada um, principalmente dos que se consideram bons pais, bons filhos, bons irmãos, etc.

Os duas caras; os membros daquelas famílias cheias de dengo, de benzinho daqui, amorzinho dali, fricotinho daqui, fricotinho dali, até na hora de dividir uma herança deixada por um suicida inconsciente que se “matou” de trabalhar para depois ver suas “crias” se degladiando por mixarias... Desse momento em diante: as feras vão mostrar as suas garras e as máscaras vão cair deixando à mostra as presas.

Isso poderia ser evitado?

- Claro que sim!. Vamos estudar a forma de evitar tais acontecimentos.

Será que essa reengenharia familiar é mesmo necessária?

O que sugere?

Namastê