Filhocentrismo?
O
filhocentrismo lembra a superproteção; mas é importante saber distinguir uma da
outra.
Pais superprotetores sempre houve; incapazes de serem objetivos e
coerentes.
As
figuras do filhocentrismo são mais recentes, inseguras e atordoadas na sua
condição de pais; por uma realidade que se modifica muito rápido; sentem-se
pessoalmente culpados por não poderem reproduzir para seus filhos a vida que
tiveram ou que gostariam de ter tido em criança.
Exteriormente suas atitudes podem ser parecidas.
Mas os filhocêntricos se anulam e se vêem incapazes de dizer não ao
filho; de estabelecer limites; de sinalizar o espaço da criança a partir de seu
próprio espaço de pais; anulam-se sob o falso pretexto de amar demais.
E conspiram contra a construção da identidade
dos filhos.
A criança passa a sentir-se o centro do
Universo; daí acha que tudo quer; tudo pode e torna-se um “aleijão ético/moral”
como tantos que vemos por aí cometendo grandes desatinos.
Quando a criança passa a ser a principal razão de ser do casal; torna-se
uma fixação, capaz de transformar-se em obsessão danosa a todos; pois é preciso
que os pais zelem pela sua própria paz e realização pessoal. Até para que seus
filhos saibam fazer o mesmo quando chegar a hora deles.
O
amor dos pais não é panacéia; mas crianças que crescem num ambiente seguro, com
pais amorosos e lúcidos, aprendem a modular suas reações ao Estresse.
Crianças que vivem relações emocionais estáveis
estão mais protegidas contra os fatores estressantes do dia a dia.
Paiê!
Manhê!
Deixa eu crescer?
Só posso agradecer, com muito prazer.
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