domingo, 27 de maio de 2012

ÁS VEZES Quando empolgados com uma nova atividade ou descoberta interpretamos como: frustração, mágoa ou ressentimento; sábios e ponderados avisos; ás vezes, tardiamente, nós descobrimos que a fala do outro provinha da vivência, da sua experiência. Mas se não vivenciarmos as nossas, ás vezes, nunca saberemos. Jamais devemos olhar o passado com a visão de mundo que temos hoje; muito menos cultivar culpas e remorsos por situações que entendemos como sofridas. Pois a dor e o sofrer são relativos e passíveis de interpretação; o que nos parecia sofrimento ontem; ás vezes, hoje pode ser interpretado como aprendizado. Sob certas circunstâncias, aprendizado pode ser rotulado de maturidade adquirida sob as mais diversas circunstâncias de amenidades a extremos. Quase sempre, ás vezes, nós quase aprendemos. Ás vezes, quase sempre, nós não prestamos atenção e repetimos indefinidamente o recomeço. Será o recomeço uma coisa eterna? O círculo mágico que não tem começo nem fim? E se ás vezes nós transformássemos o círculo numa espiral? Será o círculo a mesmice de sempre? A rotina? O buscar viver nas amenidades evitando os extremos? Qual será o impulso que nos faz saltar do círculo á espiral? A inteligência ou a dor; ás vezes uma; ás vezes outra? Por que quase sempre usamos a dor e, ás vezes, a razão? E se, ás vezes, a razão tomasse o lugar da dor? Quase sempre, estaríamos vivenciando experiências em espiral? Por que é tão difícil sair do ás vezes para o quase sempre? E no princípio era o verbo... Será que a solução dos nossos circulares problemas de desamor, fome, doenças e tudo que nos aflige, está no uso ou não de uma simples locução adverbial? Ás vezes pode ser. E se eu decretar que não serei mais ás vezes; serei sempre? Ás vezes pode dar certo. Ás vezes acho que sou louco. Namastê.

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