Talvez sejamos a raça destas bandas do Universo mais chegadas numa contradição – adoramos um paradoxo.
A mansidão é uma qualidade a ser adquirida; algo para ser admirado, motivo de orgulho, cantada em prosa e verso.
Mas; adquirida pelas outras pessoas; enquanto a gente assiste de camarote.
Para evitar a chacota e o desprezo dos em torno; nós preferimos deixar essa conquista mais para o final da evolução como se o desenvolvimento das outras virtudes e talentos não necessitasse do seu concurso.
Vamos usar uma situação do popular cada dia mais comum; se alguém te chama de “corno manso”, sejas homem ou mulher é desavença e até briga na certa. As mulheres são menos desprezadas pela sua mansidão ao reagir numa situação dessas; coisas da cultura.
Afinal o que é ser manso e pacífico?
Vale para que tipo de situação?
Já ser é diferente de ainda estar:
Ser manso, pacífico é diferente de estar em paz; muitas vezes de forma provisória; pois que, sob a ação anestésica das justificativas. É um estágio definitivo de conquista, no qual o indivíduo não ofende nem se sente ofendido, e vive num estado de ausência de violência sem precisar explicar nem justificar atitudes. Não precisa pedir perdão nem perdoar.
Na fase de não/violência ou estar em paz, ainda precisamos perdoar e sermos perdoados de forma condicional num primeiro estágio e depois incondicional numa fase mais avançada.
Ao tentar conter impulsos agressivos o homem/troglodita dá início ao processo de humanização verdadeira.
Embora nossas conquistas sejam lentas; isso não deve servir de álibi nem comparações nem entre nós; muito menos com outras espécies que compartilham conosco o planeta.
Muito se comete o erro de afirmar que o homem agressivo e violento é animalizado. É preciso que fique claro que o animal não é agressivo; apenas se defende quando é ameaçado de alguma forma. Suas reações são puramente instintivas. Exceto nos que convivem há muito tempo com o homem (os chamados animais domésticos) estes possuem uma capacidade de captação subconsciente muito mais poderosa até do que o das crianças pequenas, tanto que adotam com o passar dos anos, o “ar ou o jeitão dos donos” e, assimilam também algo da forma de reagir das pessoas com as quais convivem e podem se mostrar agressivos ou dóceis (Quem chama uma pessoa agressiva e violenta de animal está cometendo uma injustiça).
Pense várias vezes antes de usar a célebre frase dos que já se acham mansos e pacíficos:
“Sou uma pessoa boa e pacifica; desde que não pisem no meu calo; desde que não mexam comigo!”...
Boas reflexões.
Paz e luz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário