terça-feira, 1 de março de 2011

PASSA FOME!

No planeta dos contrastes; enquanto algumas pessoas estão com medo de passar fome ou de morrer dela; não ter o que comer; outras estão sofrendo de excesso de comida e tentando afugentar o apetite – vale tudo, desde auto – sugestão a uso de drogas anorexígenas – o que, para os que não tem o que comer soa a usar alucinógeno.

“Fome” não é o nome de um cãozinho daqueles que não dão sossego; carentes tipo “carniça”. Passa Fome! Não é apenas para espantá-lo; é um problema pessoal, familiar e social relativamente grave.

Vem a calhar a discussão entre algumas áreas da medicina e a ANVISA a respeito da limitação e até proibição de algumas drogas usadas como: Passa fome! Ou inibidoras de apetite.

O problema parece complicado; mas apenas no que se refere a acomodar interesses; tanto de algumas áreas da terapêutica que ficarão “engessadas” sem a disponibilidade do uso dessas drogas; quanto da indústria; e até mesmo dos pacientes que não estão nem aí para a possibilidade de graves efeitos colaterais irreversíveis; desde que emagreçam já.

Um dos problemas é que essas drogas: Passa Fome! Viraram drogas de uso “contínuo” até como “preventivo” de sobrepeso. Solução definitiva via mudança de hábitos; nem pensar.

A evolução da ciência e da tecnologia conduziu-nos a um momento crítico que está a exigir de todas as pessoas alguns questionamentos. Dentre eles: a preservação da saúde; o tratamento das doenças; a cura; a interação das pessoas com o meio ambiente e a relação de tudo isso com os critérios de alimentação em uso.

É lógico e natural que devemos comer para viver mais e com melhor padrão de qualidade. Então, o que nos leva a usar o alimento como uma espécie de arma contra nós mesmos?
Geração após geração, as pessoas vem usando o alimento para deteriorar a saúde e até acelerar a chegada da morte.
Antes, esse tipo de atitude era justificado pela pequena capacidade de discernir da maioria. Hoje a justificativa é jogada no estilo de vida acelerado que adotamos, (alguns chamam de moderno), que não nos dá tempo para pensar nessas coisas importantes; e que não preconiza os cuidados mais adequados com o corpo, senão quanto às aparências.

Embora a estória tragicômica do Passa Fome! Seja recente, esse distúrbio é antigo – somos os únicos animais capazes de comer sem ter fome.
Comemos motivados pelo prazer sensitivo, gula, ansiedade; hoje turbinada com anorexígenos.

Desde a antigüidade, a coisa não mudou muito, o escabroso vomitório foi substituído por medicamentos para se tomar depois e até antecedendo a comidinha de todo dia. Antes da Era da Ansiedade; esse problema não representava um perigo tão urgente como hoje; temos que neutralizar os venenos usados tanto na agricultura quanto na produção dos alimentos industrializados. Devemos esse novo fator de complicação à chamada modernização da agricultura. Na vontade de aumentar a produtividade cada vez mais, para alimentar um número cada vez maior de pessoas, está embutida a idéia de apressar tudo: engordar os bichos o mais rápido possível, forçar o desenvolvimento das plantas com adubos químicos, matar as pragas vegetais e parasitas com venenos. A idéia em si até que não é má; no entanto, um pequeno detalhe foi esquecido: nó os humanos.
Além de não resolver o problema; ainda criamos a miséria envenenada. E a maluquice das maluquices, o uso do Passa Fome! Como complemento alimentar.

Em todos os lugares vemos projetos e slogans para acabar com a fome no mundo. Não darão certo enquanto não houver educação baseada em valores cósmicos. Um perigo sapiens sapiens: daqui a pouco um maluco pode resolver o problema da fome no mundo dando Passa Fome! Para os milhões que não tem o que comer.

Para tentar solucionar o problema da fome, alguns pequenos detalhes foram esquecidos: a resolução dos problemas do ser humano sempre envolve aspectos éticos (isso o caracteriza). Se não houvesse tantas pessoas que vivem às custas de atravessar a distribuição dos alimentos. Se o desperdício na comercialização fosse diminuído. E, se cada pessoa comesse apenas o necessário, sobraria alimentos para todos, até mais do que o suficiente; e sem deteriorar o meio ambiente.
No fundo de todas essas buscas, o desejo real não é resolver o problema da fome das pessoas; mas sim, arranjar formas cada vez mais rápidas de ganhar muito dinheiro nem que seja apenas com Mata Fome.

Isso não é nada engraçado; cuidado com a saída clássica: Não é problema meu! Pois quem paga a conta são os que tentam se cuidar. As vítimas do Passa Fome! que tendem a aumentar cada vez mais com a ajuda da Ansiedade e do Estresse Crônico, serão bancadas pela sociedade; tanto para tratamentos de seqüelas orgânicas; quanto para os afastamentos da atividade produtiva motivada pelas doenças psiquiátricas.

Enquanto isso; a gente vai levando... essa vida.

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