A indústria farmacêutica descobriu uma verdadeira mina de ouro; ao fomentar e explorar doenças que não existem – são doenças de mídia.
A relação entre a indústria farmacêutica e a formação médica precisa de revisão urgente. Os médicos de forma subliminar acabam funcionando como “laranjas” dos interesses da indústria.
O processo de transmutar fatos naturais da vida em doenças é antigo: transformaram o nascimento num evento hospitalar; é proibido morrer em casa; a menopausa virou doença a ser combatida desde a adolescência, etc.
Vejamos esta notícia:
Laboratórios promovem "criação" de doenças sexuais, diz artigo
Londres, 30 set (EFE). - Os laboratórios ajudaram a "gerar" quadros clínicos, como a disfunção sexual feminina, com objetivo de desenvolver um mercado global de novos remédios, segundo artigo publicado nesta quinta-feira no "British Medical Journal".
No texto, o jornalista e acadêmico Ray Moynihan, da Universidade de Newcastle, na Austrália, mostra as conclusões que chegou enquanto pesquisava para escrever seu novo livro "Sex, Lies and Pharmaceuticals" ("Sexo, Mentiras e Farmacêuticos", em tradução do título para o português).
Moynihan questiona a indústria farmacêutica por considerar que subvenciona "a ciência de uma nova condição conhecida como 'disfunção sexual feminina'", e diz que este setor contribui para o desenvolvimento de mercados em nível global para a fabricação de novos remédios.
Em suas pesquisas, o jornalista descobriu que funcionários da indústria farmacêutica tinham trabalhado com empresas de pesquisas de opinião pagas para ajudar a "desenvolver" a doença. Pesquisas realizadas teriam comprovado que este quadro clínico se estendeu.
O australiano considera, além disso, que os pesquisadores elaboraram ferramentas de diagnóstico para convencer as mulheres de que suas dificuldades sexuais merecem "um rótulo médico e um tratamento".
Desta forma, ele afirma que as estratégias de marketing das empresas farmacêuticas "estão emergindo na ciência médica de uma forma fascinante e aterrorizadora". O jornalista, então, se pergunta se é necessário encontrar um novo enfoque para definir o distúrbio.
Moynihan cita um empregado de uma empresa que alega que a companhia está interessada em "acelerar o desenvolvimento de uma doença", além de revelar como elas financiam pesquisas que refletem extensão de problemas sexuais e encontram ferramentas para avaliar as mulheres por seus supostos "transtornos de desejo sexual hipoativo".
De acordo com o artigo, muitos dos cientistas ligados a estas atividades são empregados das empresas farmacêuticas ou têm interesses econômicos na indústria.
Ao mesmo tempo, outros relatórios científicos realizados sem financiamentos questionaram se a propagação da disfunção realmente existiu.
A indústria farmacêutica também tem, atualmente, um papel pioneiro de "educar" tanto profissionais quanto o público sobre esta condição, de acordo com o acadêmico.
Moynihan cita como exemplo um curso financiado pela farmacêutica Pfizer desenvolvido para médicos dos Estados Unidos que argumentaram que até 63% das mulheres sofriam distúrbios sexuais e que a testosterona e o sildenafil (componente do Viagra) poderiam ajudá-las, se combinados com terapia.
"Talvez seja hora de reavaliar a forma como o sistema médico define as doenças comuns e recomenda como tratá-las", sugeriu.
Por outro lado, a médica Sandy Goldbeck-Wood, especialista em medicina psicossexual, apontou em um comentário à parte no mesmo jornal que "ao se defrontar com uma mulher chorando, cuja libido desapareceu e que está aterrorizada de perder o casamento, os médicos podem sentir uma pressão imensa para fornecer uma solução imediata e efetiva".
NOSSO COMENTÁRIO:
Muitas dos distúrbios no campo da libido e das disfunções sexuais aumentaram; por vários motivos; dentre eles: estresse crônico (especialmente o aumento do cortisol) – relações afetivas cada vez mais alteradas e desgastadas – padronização intensa do orgasmo – relações sexuais tipo fast-food - indução pela mídia – e muitos outros fatores.
Mas, fiquem atentos às notícias de problemas que não são problemas de fato – e lembrem-se vem aí a super bactéria. Já estão avisados.
Vejam notícia correlata no http://xepacosmica.blogspot.com
A ÉTICA DA INDÚSTRIA DA DOENÇA E DA CURA
Olha só, não sei quais os trâmites e qual o nível existente de responsabilidade entre a indústria farmacêutica e os médicos.
ResponderExcluirO mercantilismo parece ser uma tônica em todos os setores de nossas vidas e no quesito "saúde" me parece que faltou incluir ai a busca incessante do ser humano em fórmulas mágicas (externas) para solucionar os "problemas" recorrentes de dificuldades pessoais (internas).
O fato é que dentro do meu universo (hiper) limitado, sinto que essa "corrente" só será quebrada a partir de uma alteração conscencial dos "pacientes"...o que me causa tristeza e preocupação verdadeiramente não é bem o mercantilismo na industria farmaceutica e sim a percepção de que eles simplesmente estão atendendo a uma demanda do mercado.
Bem...não sei se me fiz entender.
bjs
Claro e nítido!!! Óbvio ilulante!!!
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