Reagimos com distúrbios emocionais frente á divulgação de doenças; quanto mais, quando rotuladas de epidemia ou pandemia.
O descuido e a falta de preparo de alguns costuma afetar a qualidade de vida de muitos. A forma como foi veiculada a propagação da gripe H1N1 trouxe e continua trazendo muitos problemas de saúde sob muitos e variados aspectos que poderiam ter sido atenuados; Exemplo, temos recebido pacientes com crises de pânico; outras adoecendo para não precisar ir á escola ou ao trabalho; o problema é maior entre crianças; pois elas conseguem somatizar com mais facilidade e são mais vulneráveis. É grande o número das que não querem mais ir á escola, desejam ficar em casa para não contrair a gripe ou para compensar carências afetivas; outras ficam bravas quando dizemos a elas que estão com um quadro de alergia (rinite ou sinusite) e que não serão dispensadas das atividades escolares.
Não era preciso montar o palco onde foi montado um verdadeiro espetáculo; o cuidado deveria ser maior, pois mesmo para pessoas sem propensão a desordens psicológicas, o medo abre as portas para muitos tipos de problemas de saúde; daí, é preciso mais cautela (não se trata de censura – apenas de bom senso) no que se divulga e nas providências preventivas – Explicação, a velocidade do desenvolvimento da tecnologia de comunicação é espantosa; mas, não houve a contrapartida na ampliação da capacidade mental – emocional em grau suficiente para discernir entre tantas informações que pressionam, abalam as estruturas psicológicas, e levam á doença; inclusive muitos problemas de saúde são reforçados pela mídia que, não permite aos que se fizeram mais lentos em pensar, assimilar notícias da hora ou as requentadas ao final da tarde e de um dia para outro. Nada contra o progresso; mas é lógico e claro que, a digitalização reforçou a opressão dos poderosos sobre os mais fracos, com armas de lavagem cerebral que, escravizam e, contribuem para adoecer a massa; pois, a pobreza de discernimento nos dificulta selecionar as informações; e é cada dia mais complicado, ajustá-las à nossa capacidade de assimilação, sem desequilibrar, sem adoecer; pois dia e noite, o espectador ou ouvinte é "bombardeado" em seu precário equilíbrio mental – emocional; e, sem chances de defesa, enquanto imobilizado pelo medo. Não se trata apenas do atual problema da virose H1N1; ele sempre existiu em outros aspectos que precisam também ser considerados. Na atual estrutura de mídia, os noticiários veiculam notícias que quebram a harmonia interior e desencadeiam ansiedade, medo, insegurança e raiva, sentimentos capazes de gerar doenças quando persistentes. Nas sociedades de consumo as notícias sobre economia abalam os vencedores quando veiculam a possibilidade de perda dessa condição. A atuação dessas informações sobre economia no grupo dos não vencedores retira-lhes a esperança de tornarem-se um dia, atiçando um desesperado desejo de conquistar pela força e violência aquilo que julgam ter direito; é vero que nos moldes atuais, a mídia dá o fermento que leveda a massa da violência social. Exemplo, caso sejamos intolerantes, impacientes, irritados com injustiças, corrupção, desmandos e abusos fujamos das notícias políticas vamos acentuar gastrites, a pressão vai subir, estaremos sujeitos a todo tipo de contágios. Mesmo numa área tão sensível quanto a saúde; a relação de compra e venda de produtos não leva em conta o bem estar social. No tipo de sociedade em que vivemos um vende algo e outro compra e, o vendedor cerca-se de argumentos para induzir o outro a comprar. Em teoria, o comprador não tem apenas o direito, mas obrigação de refletir para discernir o que é melhor para si, pois seu corpo e vida está em jogo. Um passo inicial seria restringir a propaganda de medicamentos. Claro que a situação é complexa; pois além do problema da virose atual (nosso assunto principal), a propaganda de bens de consumo desperta a cobiça e o querer ter, muitas vezes às custas de uma carga excessiva de trabalho que desencadeia estresse que facilita a chegada de muitas doenças. A desculpa mais esfarrapada: "tenho contas a pagar".
Desnecessário dizer que ao ouvirmos algo sobre doenças epidêmicas, o medo da morte ou da perda de entes queridos pode gerar a fixação do temor na forma de ansiedade fóbica frente a doenças futuras; claro que quanto mais as notícias são repetidas maior a possibilidade de ficarmos vulneráveis aos comerciantes da saúde.
As maiores vítimas são as crianças; pois razão mal desenvolvida leva á interpretação inadequada das emoções, o que faz adoecer e dificulta a cura. Exemplo: mesmo em situações que se repetem, e às quais já deveriam ter-se habituado familiares são capazes de atrapalhar os tratamentos da criança devido à sua "contagiante angústia"; esse descontrole de temor frente à doença é ocorrência comum na febre: nas primeiras horas enquanto dura a fase de incubação da doença, o médico está impossibilitado de encontrar um foco infeccioso que a justifique; a conduta ideal é observar e reavaliar dali a algumas horas para confirmar o diagnóstico e adotar a conduta mais adequada; porém a condição emocional da família somada às circunstâncias conduz a remédios que possam cobrir possibilidades imaginárias.
As informações desencontradas agravam o problema, pois o cotidiano atual aumenta a demanda nos serviços de saúde, já que vivemos experiências múltiplas e simultâneas; mas, a capacidade de adaptação é lenta frente a velocidade com que se processam as transformações desencadeadas pelo aumento do conhecimento que dobra em curto espaço de tempo; em virtude disso, o mercado financeiro gerador de renda para alguns proporcionado pela relação de compra e venda no sistema de saúde está sempre em constante expansão.
Como essa novela vai continuar durante algum tempo; melhor que todos pensemos junto num final feliz...
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