Começar mal uma relação médico - paciente é fácil:
Bata a porta. Entre de cara amarrada. Não cumprimente. Comece reclamando do atendimento do colega anterior; do sistema de saúde. Diga que está cansado de procurar ajuda e ninguém resolve seu problema. Faça o próprio diagnóstico. Pressione: Dr. O senhor é minha última esperança! Reclame do quanto esperou para ser atendido. Responda que não sabe por que está ali. Despeje a história da sua vida para justificar seus males. Seja prolixo. Descarregue na mesa do médico um calhamaço de velhos e mofados exames sem que ele peça. Fale que já procurou os melhores especialistas.
Enfim; encare o médico como um adversário; logo de cara... Essa é a melhor maneira de começar uma consulta com o pé esquerdo.
Que o sistema de saúde não funciona como deveria; não há como negar. Mas, o problema da saúde publica é mais cultural e educacional do que algo realmente pessoal; particular e específico.
Médicos não são seres de outro planeta, nem anjos, santos ou coisas do gênero; acima da atividade profissional são pessoas normais com necessidades normais, iguais a todo mundo.
Os médicos mercantilizaram a medicina? – Claro que não. Os intermediários o fizeram e com o consentimento de todos.
Vivemos na Era do ter, possuir, aparentar, comprar – doença, saúde e cura; sujeitou-se ao marketing: enquanto alguém achar que pode comprar saúde outro vai achar que pode vendê-la, a preços módicos, em prestações ou á vista muito caro. A medicina de grupo ou convênio veio dar o golpe de misericórdia nas relações médico – paciente. Uns acham que pagam muito e os médicos ganham pouco – Quem lucra? – Ninguém, pois os convênios estão quebrando; mesmo com toda a burocracia; inventaram e inventam mil formas de glosar e fazer com que o médico preencha mil formulários para dificultar os pedidos de exames e procedimentos; aumentam os custos dos locais de atendimento; estressam todo mundo e quem sai perdendo todos; é claro que muito mais os pacientes; pois de forma inconsciente para se vingar o médico continua transferindo o raciocínio diagnóstico para o exame de laboratório; se der alguma coisa alterada existe doença; caso contrário é problema emocional. Há solução? – Apenas depois de catarmos os cacos do sistema que está se auto-destruindo; mas, a saída está na educação; pois a maioria das doenças é falta de educação em viver e pobreza de cuidados com a própria vida.
Até que o processo detone para recomeçar em bases mais inteligentes:
Educação não faz mal a ninguém. Um sorriso nunca é demais.
Médico não é adversário; deve ser companheiro e parceiro...
Boa sorte.
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