Vários são os motivos, mas este ano que hoje termina vai ficar arquivado em meus registros como um dos mais importantes da minha existência; e o motivo é singelo; comecei a praticar uma descoberta que vai mudar a minha vida, tenho certeza. Não sei a razão, mas desde que me conheço por gente tentei mudar o mundo, achava muitas coisas injustas e erradas; sempre fui meio que um Dom Quixote atrapalhado e trapalhão – Talvez uma das maiores trapalhadas que eu cometi comigo mesmo: ao descobrir que somos feitos de sombra e luz, acreditei sinceramente que deveria combater as sombras íntimas e até as externas (quanta audácia). Como cristão por formação e opção, checo e confirmo a cada dia as palavras do Mestre. E nesta afirmação: “Vós sois deuses”; como sempre Ele está carregado de razão; embora acreditemos mais nas sombras do que na luz; mesmo que tentem nos fazer acreditar no contrário; somos co-criadores; pois, onde colocamos o foco de nossa consciência; as coisas acontecem. O problema é que tanto podemos criar luz quanto sombra, depende de nossa posição de momento frente á Chama Divina. Quando iniciamos nossa transformação interior ouvimos tanto falar nela apenas focada nos defeitos de caráter que, não conseguimos visualizar de forma clara a abrangência do processo; nem sua simplicidade e beleza. É preciso mudar! - É preciso reformar! – É preciso nos livrar do egoísmo, do orgulho, dos vícios!
Mas pensando bem! - Mudar o quê? – Para que? – Experimente responder a si mesmo: para que serve a reforma interior? – Mas, escreva, para depois confrontar e analisar com critério e, com calma. Ás vezes eu tenho dificuldade em externar meu raciocínio de forma clara e sucinta; mas, vou tentar resumir para vocês o que me conduziu neste ano a novas formas de entender quem eu sou e o que faço aqui; em tempo: minha receita e débitos continuam lutando; ora uma está por cima ora outra por baixo; acho que o veredicto será empate; no que tange á vida social e familiar o resultado também foi empate (meio forçado, para não admitir a derrota); mas, foi o ano das vitórias íntimas e, dentre outras coisas; descobri que a reforma interna não é mero roteiro de caminho para viver temporariamente em colônias espirituais ou mundos mais felizes; nem simples terapia para se viver bem, sorrindo e contente nesta fase de encarnado; acima de tudo é caminho de descobrir o EU SOU; uma forma de acordar potencialidades latentes; e nos devolver nosso poder diante do universo e da vida. Onde a origem desse distúrbio de compreensão? Nós sistematicamente cometemos o mesmo erro na educação das crianças que depois carregam esse pesado fardo quase que a vida toda; apenas focamos o lado negativo que deve ser positivado; predomina na relação com elas, as críticas, exigências e cobranças; claro que, depois, já adultos, fazemos isso conosco e uns com os outros; até na interpretação e aplicação das leis divinas – comigo não foi diferente. Principalmente o candidato a espiritualizado que se encontra em evidência, desejada ou não; costuma num gesto de falsa humildade desvalorizar-se como se fosse a, última das criaturas; quando na realidade ainda sofre de uma ânsia de reconhecimento e de sentir-se valorizado; com isso, com essa atitude de focar em demasia o negativo e sua pobreza evolutiva; o que consegue para si mesmo é uma perda cada vez maior da auto - estima e candidata-se a quedas na depressão, na angústia e no pânico; além disso, desestimula o que vê nele um exemplo a ser seguido. Para a maioria dos que descobriram as razões do por que e para que se vive; usar a técnica do Chico para afastar os chupins da energia vital e os idólatras; diminuindo-se, escondendo de forma voluntária a própria luz é uma ilusão – aliás, o próprio Chico Xavier não conseguiu; pois, sua luz era tão intensa que não lhe foi possível escondê-la; ele era; e é diferente da maioria que consegue esconder a própria luz por que ela não existe ou é momentânea, fugaz; e pronto. Peço desculpa; mas, quer queira quer não ele se tornou referência. O que fez mestre Chico para iluminar-se cada vez mais? – Ele não se martirizou nem recriminou, apenas descobriu que tinha poderes latentes dentro de si. Ele também como encarnado venceu tabus, medos, preconceitos e anulou suas outras “personas escuras”; mas ele, como bom piadista que é, as ironizava, divertia-se com seu lado escuro; e não perdeu tempo investiu seu tempo e esforço apenas desenvolvendo o Chico Bom; aquele que se despoja no limite do possível dos prazeres da vida física, assumindo sua tarefa de vida com disciplina, amor e persistência. Aprendeu a usar esses poderes para si; sem cair na armadilha do personalismo. E o mais importante, o grande diferencial aprendeu a usar esses poderes em prol do próximo. Retornando ás minhas experiências:
Neste 2008, fiz descobertas interessantes na relação entre meu lado luz e meu lado sombra – e quem me ajudou muito, foi entender como funciona a Umbanda. Interessante o conceito de linha da direita e linha da esquerda trabalhando juntas em prol da luz, talvez uma experiência inusitada (e muito inteligente por sinal) nestas bandas do universo. No meu conceito anterior direita representava o bem e esquerda o mal, sem mais questionamentos. Mas, num mundo de polaridades a relatividade não deve ser descartada; daí que na maior parte de nossas dificuldades evolutivas atuais, direita e esquerda trabalhando juntas geram mais eficiência. A direita só faz o bem – claro que não, pois nestas bandas do universo, não há direita perfeita (esse é um assunto fascinante, mas longo) – a esquerda só faz o mal – claro que não! – Mesmo sem que o saiba a esquerda só trabalha para o bem (é cobaia do bem); mesmo que o desejo seja fazer o mal: é simples, quando alguém cujas intenções estão situadas mais á esquerda (sombras) causam um desastre na vida de alguém; sem que o saibam estão; ás vezes, nem sempre (pois, é comum que alcancem seus objetivos iniciais: causar na vítima: revolta, desejo de vingança) atirando sua vítima nas mãos de Deus (a vítima ora e se arrepende abrindo caminho para o atendimento dos samaritanos). Sou fã de André Luiz, espírito que Chico psicografou várias obras e uma delas me fascinava: “LIBERTAÇÃO” que li 10 vezes (na fase em que administrava melhor meu tempo) – explico: tinha dificuldade em aceitar que o “Gregório – chefe de uma falange trevosa” era o alvo principal da missão de salvamento – eu me identificava muito com Gregório e isso me incomodava demais; só parei de ler o livro quando entendi o recado: a vida só investe nos fortes; os fracos precisam da dor e do sofrer para se fortalecerem. Outro exemplo fantástico: Saulo que virou Paulo; 2006 foi meu ano de estudar a mensagem de Paulo de Tarso; ás vezes eu me pergunto: de quantas existências Gregório precisará para repetir o Saulo que virou Paulo, sua importância é fácil de entender, o próprio Chefe foi em busca dele: Paulo, Paulo por que me persegues? – um espírito muito criticado por alguns e idolatrado por outros; mas, sem sua garra o trabalho de Jesus teria ficado capenga.
Qual a relação da analogia entre direita e esquerda?
Várias, por exemplo, em muitos casos de desobsessão, os trabalhadores da luz ficam de mãos atadas (vibram em patamares energéticos diferentes) e necessitam da energia e do concurso dos “amigos da esquerda”, cabe a eles negociar com os que ainda estão voltados para lucrar com as energias do sofrimento: raiva, cólera, medo, ansiedade, desejos de vingança...; antes de apelar para reforços das esferas superiores. Sem saber, e hoje com intenção, uso muito meus amigos da esquerda para ajudar pacientes a se curarem quando identifico processos obsessivos em andamento – por que perdi o medo? – simples, trato-os com respeito e ás vezes até com amor, conhecedor que sou de que são meus irmãos, feitos da mesma amorosa energia – apenas neste momento estão perdidos como todos nós já estivemos (e ainda estamos); mas, acima de tudo por que sei que eles, não apenas respeitam; mas temem meus amigos da esquerda, hoje a serviço do bem que atendem sem que eu peça – eles não me pedem nada em troca, apenas que me lembre deles, converse com eles, ser grato, foi algo que me eu me impus; eles nunca me pediram nada. Fico muito feliz de merecer a oportunidade de conversar com muitos dos adversários de meus pacientes em nosso trabalho de atendimento aos desencarnados ás terças feiras; Mas, como conseguir essa dádiva de ouvir e entende as dores da alma? – Basta estudo e aproveitar as oportunidades que se apresentam.
Nosso aprendizado é seqüencial, em 2007 decidi abrir as portas ao novo, em 2008 comecei a consolidar; e minha reforma interior ficou muito mais saudável e divertida. Aprendi a conversar de igual para igual com meu lado sombra e meu lado luz; e colocar todos, a serviço de meu mestre Jesus - para resumir: eu me divirto muito com meu lado criança da esquerda – quando o exu-mirim toma conta do pedaço é só gargalhada e alegria – claro que ele precisa de controle para não se tornar inconveniente (ele dominou muito na minha fase de criança e de adolescente - que o digam meus colegas de faculdade); e na hora de fazer o bem ele é um mestre (que o digam meus amigos de hoje). Cada um de nós deve buscar seu próprio caminho, sua própria fórmula, mas sem amigos e orientadores fica mais complicado – porém, cuidado com as orientações de um só – nós somos nosso mestre maior e decisivo; os outros são coadjunvantes.
De volta, neste ano, um marco importante da minha descoberta pessoal; foi o aprendizado e a vivência do Xamanismo: fantástica – pois descobrir que temos o poder de usar as forças divinas para um propósito maior: a caminho da luz. Claro que paguei mais um mico - meu exu-mirim interior se deliciou com mais uma derrocada de meus preconceitos; antes, xamã era coisa de bugre, de índio, crenças primitivas; hoje, descobri que é uma das mais simples e avançadas técnicas de entender e amar a Deus, ao próximo e a mim mesmo. A quem agradecer? - Primeiro a mim, por me dar essa oportunidade; depois, ás pessoas que me ofertaram essa chance. Minha gratidão consciente: sei que não serei um xamã real desta vez; mas, descobrir que a mãe terra e todos os que a compõem são partes do meu ser; não tem preço.
Amigos são tantas histórias a serem contadas, tantas vivências a serem compartilhadas; mas, até que aprendamos a bater esses papos num local e numa dimensão onde o tempo não corre dessa forma, desejo a todos um ano de 2009 de muitas descobertas. Batizemos este ano de ANO DA TRANSFORMAÇÃO – Aprendamos a curtir o prazer de compartilhar – aguardo as experiências de vocês.
Um beijo no coração (meu lado luz); e um chute na canela de quem se omitir (meu lado exu-mirim; nada a ver com sombra).
Paz.
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