A compreensão de quem somos nós e o que fazemos aqui é a cura para muitas doenças evolutivas; dentre elas o apego.
Quantas doenças e desatinos em nós e nos outros causamos na tentativa de manter nossos companheiros da atual jornada sob o jugo dos pronomes possessivos: meu pai, minha mãe, minha esposa, meu marido, meu, meu.
Para nos formarmos no Planeta Escola chamado Terra necessitamos de muitas aulas, muitas vidas.
A evolução se faz necessariamente em grupo, somos cada um uma unidade que congrega outras unidades menores e compomos uma unidade maior que é a humanidade, e assim sucessivamente.
Desde remotas Eras por necessidade de preservação da vida o ser humano viu-se conduzido à necessidade de cooperação recíproca a fim de sobreviver às múltiplas dificuldades em que se via envolvido. A união das necessidades inspirou as soluções, para que muitos problemas fossem resolvidos em conjunto. Formaram-se os primeiros grupos através dos quais nasceram as ligações afetivas e, a defesa dos ainda dependentes, principiando a instituição das famílias e suas regras de funcionamento, através dos tempos e das culturas, até o tipo de família que predomina na atualidade.
Quantas aula/existências já tivemos aqui? 200? 300? 1000?
Quantos pais, mães, irmãos, filhos, amores já tivemos? Centenas? Milhares?
Quem estude o desenvolvimento e a evolução da Humanidade sob qualquer ângulo, seja segundo uma visão: Histórica, Antropológica ou até Mitológica (para quem ainda acredita em Adão e Eva), sabe que o primeiro e mais importante grupo social é a família, cujos participantes: moram na mesma “casa”, satisfazem suas necessidades biológicas fundamentais no interior do grupo, dependem da mesma fonte para o sustento econômico, a criação dos filhos, e o cuidado mútuo para a saúde. Ensinam e aprendem entre si. A interação entre os membros da família supera todas as outras em: freqüência, intensidade, emoções e sentimento.
Não é possível ter uma visão coerente do ser humano nem uma tecnologia social progressista e justa; aquele mundo melhor que todos sonham (mas que poucos fazem algo de concreto para que se torne realidade), sem conhecer a natureza dos grupos, especialmente o grupo familiar.
Para compreendermos a instituição família é preciso tentar responder a algumas perguntas:
Como, quando, e em que condições se formam as famílias?
Quais as condições mínimas necessárias para o seu desenvolvimento e funcionamento eficiente? Quais os fatores que provocam o declínio e a desintegração do grupo familiar? Como o grupo familiar influencia as atitudes, o comportamento, o pensamento, a motivação e o ajustamento dos indivíduos? O que determina que algumas famílias tenham uma influência importante em seus membros e outras exerçam uma influência pequena ou quase nula nos seus componentes? Quais os fatores sociais capazes de interferir no fortalecimento ou na desintegração dos grupos familiares? Qual a contribuição dos desajustes das relações de interação entre os membros de uma família? Qual a importância das relações familiares nas doenças de cada um dos componentes da família?
Como é impossível separar os problemas internos do indivíduo da sua relação com o meio, questões como estas precisam ser respondidas antes de compreendermos realmente a natureza das dificuldades pessoais de cada um e as dificuldades nas relações familiares.
Partindo do pressuposto que já fomos, somos e seremos, fica mais fácil achar um real sentido para a vida: a evolução, o progredir, um constante motivar-se para viver e criar algo novo e diferente, de forma voluntária, ativa, e participante.
Nossa reflexão de hoje:
Como explicar a tendência a aprisionarmos nossos amores atuais na camisa de força do apego?
O que fizemos com os outros amores de outras épocas?
Estão orbitando em torno de nós?
Conseguiram livrar-se do nosso jugo?
Namastê.
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