Impressiona o número de pessoas a cada dia mais esgotadas, em desânimo, num interminável conflito consigo mesmas e com o ambiente.
O desgaste de viver sob perigo constante dia após dia, não importa se, real ou imaginário cansa e desanima.
Era inevitável, que o corpo sofresse as conseqüências do medo e da ansiedade doentios.
A sensação de não agüento mais; tem um lado psicológico e outro físico, sendo que um alimenta o outro, inseparáveis que são.
Não agüentaremos mais solidificar posições fundamentadas em desejos do ego para manter posição em idéias que não se suportam a si mesmas; uma nova revolução cultural se faz necessária, baseada nos valores da Ética Cósmica.
Muitos são os fatores que estruturam nossa personalidade a serem levados em conta. Na abordagem de hoje, analisaremos rapidamente alguns dos fatores externos participantes deste estado de sentir-se:
Sistemas de governo.
A voracidade com que os que se encastelam no poder engolem os recursos conquistados a duras penas pelas pessoas contribuintes , leva parte da sociedade a trabalhar acima dos limites; e conduz ao desânimo.
Impunidade.
O esforço para andar balizado pela lei, somado á revolta pela impunidade dos que vivem á sombra do poder; criando e usando leis em benefício próprio e dos colaterais, desgasta, revolta e faz adoecer; pois, onde não há justiça; não pode haver amor nem paz, muito menos esperança, alegria, felicidade e saúde.
Perda da esperança.
Tudo isso se mistura num coquetel explosivo no final dos tempos: expectativas frustradas, educação, religião, injustiças, pensamento mágico, exploração, cultura..., quebram o sincronismo da lei de progresso com a de justiça e amor, gerando a dúvida de quem somos e o que fazemos aqui.
Excesso de desejos.
Até pouco tempo, as expectativas e os sonhos das pessoas limitavam-se ao possível, no ambiente local em que foram criadas; a partir do advento da tecnologia de informação rápida e da sociedade de consumo, tudo mudou de forma drástica no campo dos sonhos e das ilusões dos que as recebem.
As limitadas possibilidades de cada um tornaram-se algozes desses sonhos e de expectativas oferecidos pelo sistema - divergentes da realidade.
Ilusões.
Desde o nascimento estamos submetidos a viver fora da realidade; o que é perigoso; pois, somente quando estamos nela inseridos é que somos capazes de modificá-la ou transformar nosso destino futuro para melhor ou pior.
Exemplo: milhões de pessoas vão “levando a vida” ao depositarem suas esperanças em ganhos nas loterias para manter acesa a chama da esperança de uma vida melhor; pois, vivemos sob o domínio do deus dinheiro.
Decepções sentimentais.
As relações amorosas estão romantizadas pela mídia novelesca; levando á decepção, frustração. As relações amorosas perderam muito da afetividade para a simples sexualidade.
Perda da referência pessoal.
Há descompasso entre nossa capacidade de filtrar informações e a enxurrada delas; propiciada pela tecnologia e a mídia de consumo. Educados a viver segundo o que se passa no meio externo, perdemos a referência pessoal do que é importante ou não para nós; isso, gera conflitos, desagrega, deprime, esgota.
Perda do senso de limites.
Os limites pessoais e interativos estão sendo extrapolados a jato; esse estilo de vida está nos consumindo.
Ao admitir que não agüento mais viver dessa forma, sinalizo que perdi o senso de fronteiras do que é possível, real, ou do que é ilusão.
Vida em família.
Boa parte das famílias constituem-se sem planejamento; o que transformou a vida em família num caldeirão de problemas e reclamações, que mais consome energia e desgasta do que nos alimenta e reconforta.
Trabalho.
Fomos criados para a profissionalização para podermos consumir o que nos sinalizam.
Sexo.
A intensa sexualização das relações humanas criou a sociedade do orgasmo a qualquer custo. A qualidade da relação assenta-se na preocupação com o próprio desempenho; pouco mais do que isso.
Lazer.
Quando o lazer se torna uma obrigação com data e hora marcadas, nos locais que dizem serem os mais bonitos e que são freqüentados pelas pessoas mais vitoriosas; o resultado é mais cansaço e frustração, antes, durante e depois das viagens e dos congestionamentos.
Entretenimento.
A industria do entretenimento rápido como a TV, é responsável por boa parte da vida perigosa que levamos; esse estilo de lazer, induz á ociosidade e ao estresse crônico; pois o corpo físico não é capaz de diferenciar ilusão de realidade.
Religião.
A associação da fé em Deus com a melhora da vida material, cria conflitos entre a crença e a descrença; o que, tira a esperança ou sedimenta o conformismo quando as coisas não vão bem.
Não existimos para levar esse tipo de vida.
Para nos libertarmos dessa escravidão é preciso revitalizar nosso sistema de crenças, e procurar refazer a cada dia nossas metas de vida, nos conectando á Fonte Criadora.
É recomendável ter um projeto de vida coerente com as razões do existir; faltam menos de oitocentos dias para cada um entregar o seu.
Já tem ao menos um esboço do seu?
Nenhum comentário:
Postar um comentário