domingo, 22 de agosto de 2010

TRABALHO - ESMOLA OU REPRESSÃO?

Diz um amigo meu racionalista de carteirinha que sou um cara muito “cabaço da ética”. Não sei se fico ou se vou... Sua teoria a respeito do “cabaço cósmico”; a explicação sobre quem inventou esse artefato físico de pureza e dignidade é Nibiruana, hilária e desconcertante; falaremos sobre ela qualquer dia destes.

Só para ilustrar; eu vou contar um episódio que se repete há bem uns 5 anos. Termino minhas atividades de trabalho em SBC e depois as atividades do nosso grupo de apoio mútuo espiritual em torno das 22hs; meu trajeto de SBC a SP, passa pela Av. Do Estado – ali pela altura do Ipiranga fica uma senhora numa esquina com uma criança nas costas, pedindo esmolas; aliás, de uma forma bem agressiva; pelo tempo decorrido, a criança (teoricamente seu filho ou filhas) deveria estar quase do tamanho dela; mas, é sempre uma do mesmo tamanho – já pensei inúmeras vezes em pedir ajuda ao Conselho Tutelar – e fico naquela de avisar a primeira viatura da PM no caminho; duas vezes até tentei; mas, os policiais colocaram tantos empecilhos que desisti.
Confesso que até hoje não me decidi se intervenho a favor da criança que está sendo explorada; ou se deixo que as coisas continuem como as pessoas acham que vale a pena.

O drama da caridade:

Esse é um assunto interessantíssimo; que trago para discussão através da Lei cósmica do trabalho.

PROPORCIONAR TRABALHO É CARIDADE?

Trabalho, fator de inclusão ou de exclusão?

O trabalho como fator de incluir o excluir do mercado da vida contemporânea, sempre está presente no day by day do nosso cotidiano.

A origem da exclusão:

Desde o princípio da evolução do ser humano, em todas as épocas, as pessoas se incluem ou excluem. Imaturas e preguiçosas tornam-se inúteis para o mundo e para a época em que vivem; e que geram nos outros que já buscam progredir; sentimentos contraditórios no ego exacerbado como a compaixão e a repulsa; pois, despertados pela miséria do que se excluíram ou foram ajudados a se excluir, oscilam entre a esmola e a repressão.

Em tempos idos, a consciência de inutilidade e de imprestabilidade dos excluídos, parecia ter sido superada pela Revolução Industrial ou o nascimento de uma nova civilização de trabalho para todos capaz de integrar todos os excluídos, todos os marginalizados por meio do salário, com direitos garantidos e maior proteção social, já que os objetivos de vida eram ainda muito primários para um ser humano: reproduzir, comer, abrigar-se, possuir, mandar, gozar...

É pior ser explorado ou ser excluído?

O que se observa agora na sociedade pós-industrial é que a situação é muito mais dramática que a dos explorados de antes. Hoje, os excluídos nem mais são explorados, já que inexistem socialmente, não apenas por escassez de trabalho, mas por excesso de trabalhadores de má qualidade, segundo as leis da evolução, são mantidos por bolsas auxílio.

Um fato nada novo; apenas acelerado pela rápida globalização, é que muitos estão se excluindo do mercado de trabalho por visível falta de qualidade pessoal para os dias de hoje, pela recusa em ler nas entrelinhas do cotidiano os sinais dos tempos. Preguiçosamente, acomodaram-se, agora estão inadequados: bolsistas explorados pelos novos senhores do poder...

A globalização é uma centrífuga:

No momento, vivemos e assistimos a uma profunda crise de civilização, onde, vertiginosamente, tudo se mistura, desde os antigos e nunca resolvidos problemas de miséria física: dos excluídos de comer, de morar, de vestir, de ter assistência à saúde, aos também antigos, e não resolvidos problemas de miséria afetiva e moral: dos excluídos de afeto, carinho, respeito, dos órfãos de pais vivos etc. Isso, somado à miséria de objetivos existenciais que geram um sentimento confuso e difuso de mal-estar com a sociedade de consumo, com a mercantilização de tudo e, a pressão para competir contra tudo e contra todos, exacerbada, sem sentido, e condenada a se esgotar hora menos hora, criando a figura dos que se excluem por: medo, covardia, angústia, estresse, depressão e até por pânico...
Por tudo isso, estamos atordoados. É como vivenciar as emoções e as angústias de um trabalho de parto. *Assistir (melhor seria, no sentido de participar, de ajudar a si e aos outros) ao nascimento de um novo homem com novos valores, novos objetivos, e, quem se recusar a participar ativamente, tanto num como noutro sentido, sofrerá e terá morte temporária; pois não renascerá para os dias de hoje... Ficará morto-vivo, “enterrado” no tempo das novas eleições.

Esse novo homem “renascido” não espera, nem perde por esperar, não fica assistindo a vida passar. Não se contenta apenas em reagir, quer também agir; mais que ator, quer ser também autor do próprio destino e do destino de todos, pela ação e pelo exemplo.

Ainda não defini o que fazer com meus medíocres poderes de mudar algo. Espero que os amigos me brindem com suas descobertas a respeito do que fazer.

Para quem gosta de pensar visitem os últimos bate papos em:

http://pequenosdescuidosgrandesproblemas.blogspot.com
GENTE ESTILO AMOSTRA GRÁTIS.

http://artedaboamorte.blogspot.com
DEIXEM OS MORTOS ENTERRAREM SEUS MORTOS.

http://reengenhariahumana.blogspot.com
RAZÕES PARA VIVER X MEIOS DE VIDA.

http://educarparaummundonovo.blogspot.com
A POLÍTICA E OS HÁBITOS ALIMENTARES.

http://saudeoudoenca.blogspot.com
DIA INTERNACIONAL DA LÍNGUA.

http://reengenhariahumana.blogspot.com
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO NA NOSSA I-LIMITADA VIDA.

Para que nos curemos de nossa falta de capacidade é preciso intervir já no mercado de trabalho estelar.

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