A profissão de médico comporta incríveis
facetas de se observar e lidar com saúde, doença e cura. Cada profissional se
encaixa numa delas que não é nem pior nem melhor do que as outras; apenas se
completam.
Desde os bancos da faculdade sempre fui
avesso á formatação oficial, como todo índigo que se preze (rsss) e lentamente
fui criando uma forma particular de lidar com os assuntos da saúde.
Uma das conclusões a que cheguei:
Doença e falta de educação; simples
assim.
Daí; resolvi trabalhar com famílias; pois
como educar as crianças sem reeducar os adultos?
A abordagem que comecei a fazer trata de
uma filosofia voltada para o estudo da saúde, das doenças e da cura segundo as
leis naturais. Não contém descobertas revolucionárias nem pretende servir como
roteiro de auto-ajuda, é apenas um convite à mudança de comportamento e, um
alerta para o uso sistemático da razão que duvida, investiga e que conduz cada
um a ter as próprias convicções, com base no “conhece-te a ti mesmo”
(Sócrates).
Um dos objetivos é propor que cada um
crie uma forma própria de viver que resultará no seu conceito de realidade, que
é único. Elaborado segundo observações e comprovações baseadas em fatos
cotidianos e experimentais. Somos criaturas interdependentes e, portanto,
nossas visões do mundo devem harmonizar-se, integrar-se, mas não podem ser
cópias umas da outras; embora alguns fatos sejam comuns: “aquilo que todo mundo
sabe” ou “aquilo que não é preciso dizer”.
É também, um aviso para o perigo de crer
sem questionar; pois em tempos de globalização há sobrecarga de informação.
Hoje somos bombardeados de apelos, cercados de sons, rótulos, slogans e imagens
por todos os lados, e assediados por apelos os mais desconexos em assuntos de
saúde. Na atualidade, sempre há alguém querendo nos vender saúde, é preciso
cuidado para não comprar doença. Vale a pena aplicar o sábio conselho de Jesus
“Devemos ser mansos como as pombas, mas prudentes como as serpentes”; crer por
crer é perigoso e doentio; daí, um dos medicamentos definitivos para a cura é a
reflexão constante.
Como tudo é cíclico, renovável e momentâneo
convido o paciente a tentar livrar-se das fixações mentais e dos velhos
conceitos, em especial, quando se fala de doenças.
Quando nos guiamos pela observação das
leis da vida fica claro que não existe moléstia incurável nem saúde e
felicidade estática.
Ninguém nasceu condenado a nada, sempre
há muito a ser feito e quando se rotula alguém de incurável, cabe questionar:
Por quem?
Em que espaço de tempo?
Sob que condições?
Nada é definitivo, tudo é dinâmico e
algumas partes das nossas observações nunca estarão concluídas; pois, embora as
leis que regem a vida sejam imutáveis; é preciso reconsiderar a realidade a
cada momento à luz de novos fatos e de novas interpretações; quando não o
fazemos criamos fixações mentais que propiciam sofrer, doenças e morte;
inclusive neste exato momento, alguém pode oferecer novas explicações ao que
aqui está formulado; e capazes de influenciar esta visão de mundo, reorganizar
este pensamento, demolindo estes velhos conceitos.
Buscar e integrar novos conhecimentos ao
cotidiano é uma prática saudável.
Tradicionalmente a doença é vista como
algo impessoal, fortuito e ocasional; tentamos negar nossa participação na sua
origem; tanto que a diretriz das pesquisas está sempre assentada na busca de
culpados externos ao indivíduo: DNA, vírus, bactérias, acidentes, etc.
Também na busca da cura, quando doentes,
nós procuramos entregar o raciocínio diagnóstico a resultados de exames; e a
decisões dos profissionais, sempre na tentativa de fugirmos da
responsabilidade.
Pacientes dotados de visão de mundo
extremamente materialista, e os muito rígidos em reformar conceitos terão dificuldades
em finalizar em continuar.
Por outro lado, quem passar pela minha
sala nunca mais será o mesmo.
Isso; eu posso garantir com certeza.
Gratidão aos pacientes que sempre me ensinaram mais do que os livros...
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