quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

TENDÊNCIA PARA ANDAR SÓ NA VIDA

Olá amigos, como num único livro e até em muitas palestras é impossível abordar em profundidade os assuntos que tocam a cada um em particular, vale a pena misturar escritos, vou colar alguns tópicos de um livro não publicado sobre a solidão, mesclando com o que abordamos sobre o assunto no recém lançado “Jogos de amor”.
Todos nós, aqui da Terra e até de outros mundos, já vivemos muitas vezes, a experiência de nos sentirmos terrivelmente sós; existência após existência, tanto deste quanto do outro lado da vida. Por isso, alguns de nós apresentamos uma tendência inata para nos isolarmos dos outros. Desde pequenos, queremos e até sentimos, um incontrolável desejo de ficarmos a sós, porque temos medo que os outros nos atraiam, nos cativem e depois nos abandonem. Temos medo até mesmo do que possamos provocar de reações de afeto nas outras pessoas, simplesmente, com nossa presença.
Pessoas com essa tendência: a solidão sofrida; são as que tendem a se isolar ou a se distanciarem dos outros sem motivos que justifiquem; até parecem e, são muito queridas, e amadas. Como curar esse distúrbio? Se os pais prestassem atenção às características e às necessidades psicológicas da criança que tende a se isolar sem motivo, muitos problemas de solidão doentia da vida adulta seriam resolvidos com facilidade, pois a criança com tendência a ser solitária dá pistas mais simples e fáceis de serem analisadas para que se descubra o real motivo do isolamento, do que o adulto solitário que já sofreu a ação do meio em que foi criado, e é capaz de camuflar suas verdades e mentiras, íntimas.
Solidão não será um tipo de medo?
Claro, lembra da criança que não consegue ficar só num ambiente ou que vive agarrada á saia da mãe? – Eis, aí o diagnóstico de um possível candidato a viver a prova do solitário. Podemos concluir que parte da solidão doentia deriva do medo, que é uma reação natural do instinto de sobrevivência das espécies. No ser humano ele passa a ser interpretado, o que o torna polar: objetivo/subjetivo. Desse ponto em diante, a coisa se complica, e o medo do ser homem, de se relacionar com os outros pode assumir todos os matizes possíveis.
A sensação de medo de não ser aceito, de sofrer, do abandono..., já individualizada pelo raciocínio contínuo recebe sem cessar a influência dos mais diversos tipos de experiências negativas nos relacionamentos. Isso vitamina o medo de um ser humano pelo outro pelo receio de que essas experiências negativas se repitam.
Além de existencial ou cármico o medo de ficar só ou de ser abandonado pode ser gestacional. Por exemplo: Uma gravidez neste momento; era tudo o que eu não precisava! Mãe e feto permutam experiências e emoções. Desde as primeiras vivências de interação, o medo instintivo e inato passa a freqüentar o campo emocional e, a sofrer a interpretação da inteligência, o que, provoca reações e contra/reações. Muitas mães não aceitam a gravidez, outras pensam até em abortar, algumas o fazem. Lógico que o espírito que está chegando sofra a ação do pensamento, dos sentimentos e das atitudes da mãe e do ambiente em que está sendo gerada, criando e fomentando insegurança afetiva e emocional. Parece complicado compreender como e por que, uma criança que nunca interagiu de forma negativa com outras pessoas possa permanecer o tempo todo na defensiva ao interagir. De onde vem esse medo até de achar sua cara metade? Sob a perspectiva de progresso humano feito em vidas sucessivas é mais fácil entender muitas situações que, de outra forma parecem inexplicáveis. Para muitos, o entendimento já está facilitado; já para outros, vale a pena aguardar que um dia possam esclarecer esse tipo de enigma, essa preocupação. Porém, para todos nós, o que ficou para trás não deve ocupar nossa atenção; pois, é mais proveitoso trabalhar apenas o presente e auxiliar a criança (até mesma aquela que há em todos nós adultos) a conhecer-se; para que se compreenda e, aceite, para depois mudar; um dia, o que desejar de suas características. Outra coisa a fazer é aprender a aceitar as outras pessoas exatamente como elas são para adquirir confiança nas relações ao invés de ficarmos cultivando preconceitos ou conjecturando...
Confesso aos amigos que ando me sentindo muito só; ás vezes eu não abro mão da liberdade de ficar comigo mesmo (talvez mais do que devia); mas, nem eu mesmo me preencho; pois, a sensação de incompreendido, de mal amado (devo estar amando muito mal as outras pessoas) continua. Já tentei suprir essa sensação através da dedicação condicional e, até sem esperar nada das pessoas (ás vezes), abrindo mão de tudo que me interessa para agradá-las; mas, ainda não deu certo; continuo me sentindo muito só. Amar aos animais? – Claro que já tentei e tento; mas, não posso andar com um cão a tiracolo nem com um gato pendurado no pescoço ou um pássaro no ombro. Pensar apenas nos outros e não em mim mesmo? – Bem que tento; mas, acho que abusei: nem mais me recordo do som do mar, da brisa gostosa do campo, de passar um dia sem fazer nada; e sem me cobrar. Ouvir música? – Tá difícil ouvir algo sem nostalgia (odeio ficar nostálgico; pois para mim apenas significa relembrar o que curti e perdi no tempo). Detesto ficar com um pé atrás quando desejo me entregar de corpo e alma – está difícil – Como andam as coisas para vocês? – Claro que todos nós temos muitas atividades; mas, fico mais solitário ainda quando vejo no mostrador – 0 comentário.

pAZ.

2 comentários:

Negro Gato Anjo disse...

Olá, Querido Dr.Américo!
Não sei se seu texto se refere à sua pessoa???? Acho que sim, pois senti aqui no meu peito, uma profunda angústia, um não sei que, que me tocou fundo. Talvez, porque também sou uma pessoa só. Mas como, sou casada, tenho toda atenção de meu marido, que é uma alma boníssima, eu e ele, adoramos os 95 gatinhos que resgatamos das ruas, temos amigos de vida social, pois temos um grupo de terceira idade que iniciamos há 20 anos, meu marido é cantor de tangos, interpreta Carlos Gardel como ninguém, todos os sábados, nos reunimos com estes queridos amigos, cantamos nos alegramos, e no entanto, me sinto só.....Uma amiga, outro dia, me disse, que é a falta do Espírito Santo pousar em meu coração, que só o amor de Deus, preenche nossa alma que por séculos, vaga nos espaços sem fim, entre uma encarnação e outra. Mas, acho que sei qual é a charada...Nascemos sós, e partimos para o lado de lá da vida, também sós. E nesse trajeto, não ninguém, para nos acompanhar, é um tunel, mesmo que seja iluminado, mas temos de atravessá-lo sós. E esta vivência, permanece em nossas células espirituais, que se impregnam em nossos corpos sutis. Esta, querido Dr. Américo, é uma de minhas respostas.Mas, como o senhor mesmo disse, nada disso, alivia a sensação de estar só. De onde será mais que obteremos a resposta? Por enquanto, Dr.Américo, vou curtindo esta Internet que me tem ajudado mito, meus livros, minhas músicas, meus gatinhos. Ahhh, meus gatinhos. Dr.Américo, se não fosse eles, não sei o que seria de mim. No olhar de cada um deles, sinto a falta daquilo que não tenho em mim.Eles são muito auto confiantes, são muito independentes, embora dependam de nós para tudo.E neles, as vezes, busco respostas, que nem sempre vêm. Um deles, que atualmente está muito doentinho, o Leãozinho, vejo em seus olhos, o amor, a renúncia, e a paciência. Tenho chorado bastante por ele, pois já sofreu muito nas ruas, e chegou aqui com muitos problemas, há 6 mêse, e agora, que ele poderia TER UMA VIDA BOA, AO NOSSO LADO, PARECE QUE VAI PARTIR. Mas, penso que ele vá também só, até que encontre do lado de lá, alguém que o receba. A vida tem seus grandes mistérios, e não sei até quando nos sentiremos sós, por este Universo tão grande, e tão vasto. Será medo? Medo de ir só ao encontro do desconhecido? não sei doutor. Não sei. Só lhe digo, que o senhor não está só nessas suas divagações.Aqui estamos, todos juntos, porém separados!.....
Acho que quando cortam nosso cordão umbelical, é que a coisa começa a ficar feia!.....
Com muito carinho e respeito.
Mary
Beijos de Luz!

Anônimo disse...

Quando colocamos alma e coração no que fazemos e não percebem a intenção, a sensação de solidão é compreensível, afinal não desejamos ser lidos, mas sabidos (compreendidos). Não há outra expressão a referendar que nos compreenderam. Só os comentários. O escritor não escreve apenas com intenções didático-pedagógicas. Ele escreve para produzir prazer. Para quem lê ter sensação de saciedade e para ele ter a sensação de que passou um pedaço de si para o leitor. Se gostamos e não te contamos é porque esquecemos que os escritores são humanos como nós. Bendito sejas tu por nos deixar tão próximos. Somos Todos UM! Até na solidão.

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